Do centro de ti saiu um mundo...
Em ti se acende a nostalgia das violetas
Em ti se desfazem olhares de grutas sagradas
Em ti se escrevem poemas...se entrelaçam pequenos gestos de pedra
Tu que ergueste navios a pulso..que domaste a eternidade...
Que decifraste o nome da ausência
Ao longo de ti choram as tempestades...finas tempestades de amor dorido
Na tua mão ergues a harmonia do cosmos
Do teu desapego saltam chispas de egrégios segredos
Quebraste a porta que dá para límpida cegueira
Pegaste no fruto das sombras e abriste os olhos ao instinto
Descobriste no azul...a brisa...e os caminhos que se abriram foram risos secretos
Ao meio-dia estavas na orla das palavras soletradas por conchas
A tarde assombrou-te com o eco do sal sobre a transparência das algas
E a noite foi a hora da dança solene..sagrada...
Do centro de ti saiu um mundo...do meio-dia saíram cavalos alados
Da obstinação das montanhas desceram vidas extasiadas
Enquanto os flancos da chuva bebiam o teu clamor de águia ferida...