Intrínseca hora desgrenhada por lábios de lírio
Pássaro vasto que voa na débil pena da verdura
Quando a noite se veste de anémona
Toco com dedos de alga na ferida da flor
Enquanto o (...)
Corpo de cristal
Vulnerável horizonte bailando no espaço
Buraco imaginário som de equilíbrio
Dança de folha hesitante
O cerco da cinza
A submersão iminente de um murmúrio
Inespera (...)
Cores da manhã
Cores de abril ou maio...cores sem rumo cravadas nos olhos
Cores sem sentido
Atravessadas por quilhas de navios fantasmas
Impregnadas de veias paradas no tempo
Cores que (...)
E vamos como dunas enfunadas
Excessivas e fugidias
Em nós brilha a luz do fim
A sílaba que salta do cardume prateado
Nos oceanos moram os sonhos
As coisas sem nome
O corpo quente das (...)
Fabulosos passos..chuviscos
Sombra de águas distendidas
A mudança...muda...o mito
A raiva foge dos corpos
A esperança escorre pelos juncos
O perfume do poejo aloja-se dentro de nós
O (...)
De um céu antigo desce a nostalgia dos olhos
Desponto na espessura cálida do nordeste
E vejo homens-estalactites
Pendurados nas abóbadas lascivas das palavras
E vejo homens assombrados (...)
O corpo que se esconde do olhar nu
O breve espaço do vazio
Côncavo ardor do beijo que se solta
Toalha de luz que suaviza a distância
Súplica do corpo livre...queda vertical
No chão nos (...)
Falo da impossibilidade de ser homem
E arma...e pétala
Falo da transformação das quilhas
E da cal que sustém os símbolos
Falo do iodo e da memória
Do remo transido de medo
Da mão (...)
Na minha memória tenho o teu corpo entrançado
A tua ausência é um cheiro que guardo
Um rosto...uns lençóis...um desejo
Demoro-me no meu deserto
Esqueço a noite e corro pelo vácuo
So (...)
A tua pele era um imenso mar
Uma flor feita de pássaros garridos
Há um tempo esquecido em cada cansaço
Uma luz que não regressa...uma despedida
Perante a tágide que voa no tempo que cai
Co (...)