Somos macacos não educáveis
Estes tempos incoerentes
Comandados por genes transformados in vitro
Cheios de perdição e de adversidades diversas
Não escutam o sibilante assobio da serpente.
Somos macacos não educáveis...
Bestificados seguimos num desregrado passeio
Seguindo a música mágica e inebriadora da esperança
Até à profunda toca do martírio.
(Haverá pior martírio que não encontrar sentido na existência?)
Vivemos pregados a cruzes que não encomendámos
Zurzidos em corredores ventilados por agonias!
Onde os contrabandistas de almas solfejam silêncios infernais e demoníacos
Como engajadores de ilusões inconfessáveis.
Quem guardou no ouvido os tempos da fartura?
Quem desorientou os ginetes transviados,
Enchendo os cavaleiros de tristeza?
Hoje choramos copiosamente o dinheiro gasto
Com os músicos que nos arrastam para o abismo!