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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Eremitério secreto

Procuro seguir um caminho comedido e imaginável
Onde encontre na música pungente da ressonância do dia
Uma harmonia espiritual... uma sinfonia da alma...
E possa lançar ao vento os meus sonhos
Num papagaio de papel colorido por um pincel de ideias fortes
Comandado por um fio invisível de fantasia
Como prova banal da minha realidade.
Libertando-me das ígneas algemas assombráticas
Quero expelir todos os pensamentos aflitivos
Enterrá-los no Monte Calvário existêncial
Onde assinalados por uma luz ofuscante sosseguem
E não me venham entrançar os pensamentos
Nem apontar o seu dedo importunador.
Quero expelir do meu cérebro,as ideias comichosas
Para livremente poder descobrir no mais fundo em mim
As ideias conservadas em fantasia...
Quero ser como um escultor de pensamentos
Despir os trajes esfarrapados e gastos da melancolia
Que me apertam como um dia angustiante
Quero provocar burburinhos indignados
Fazer uma festa solitária... dançar ao luar ...
Vestir-me de branco como um monje
Ser coberto por raivas em chamas
E libertar faíscas e ideias de várias tonalidades
Depois... retirar-me para a minha caverna
Rir-me, gozar e saborear em êxtase a doçura...
Do meu eremitério secreto...

Cante alentejano

É o cante alentejano que me enche a alma
cante da terra enrugada pelas charruas
cante da alma pastada pelos homens
sofrida, quente, mas que nunca seca
expressão dolorida do momento
em que a alma se translada em corpo
e o corpo é alma e voz apenas.
Cante dos simples e dos sofridos
Cante dos amores e das fontes
convívio de tabernas e fim de dia
ai alentejo da planície doirada
em luta constante com o sol
sobrevivente, forte, abençoado