Os seus esgares ilustravam medos agónicos
A sua dança tenebrosa e desvairada era exibida em posicões bizarras
Os seus esgares ilustravam medos agónicos
Pressentíamos pelo barulho das pernas
Que dançava com ossos ocos...
Como missas místicas sem crentes...
Vomitava uma espuma ocasional e sem sentido
Produzindo uma retórica nojenta e de acaso
Como um impostor político ou um vândalo da alma.
Reinava a desordem nos seus olhos raiados de fogo
Como num espelho maniqueísta do estar e ser
Depois de despido do seu delírio
A sua grotesca forma humana uivou sordidamente
E... com esgares assassinos...
Defendeu o aniquilamento do homem...ou grande parte dele...
Berrou contra os pacifistas que o queriam agredir
E disse: a Terra tem excesso de lixo-homem
As pessoas amontoam-se como impurezas em barracas de lata
Estão vivos e enlatados...franzinos..escanifrados...
Mas...se nascer uma acção...uma necessidade de ar puro...
Se os miseráveis se organizarem numa só vontade..
Vexando os cânones instituídos e esquecerem direita e esquerda...
E se se lembrarem da desigualdade de direitos existente...talvez...
Estavamos todos acéfalos pela lógica dele...
Mas todos...todos mesmo todos...silenciosamente concordámos.