Escalei a montanha com vista para a fantasia
Escalei a montanha com vista para a fantasia
Contemplei a minha existência fugidia
E encontrei no vale do engano...ao longe..
Um homem com os sonhos gadanhados pela desilusão...
Aconselhei-o a subir comigo,e,juntos...
Vimos que havia terras e coisas sem fim
Vidas variadas que podíamos viver
Tanto mundo...tantos mundos...
Desci convencido que tinha encontrado a liberdade
Descobri que a poesia tudo abarca...
Que o poeta vive num delírio excêntrico
E que pode acumular em si... tudo o que faz viver,
Todas as sensações...e, ao mesmo tempo,
Passar na rua e ninguém perceber o que carrega...
O poeta é como um ilusionista condenado
A levar o sonho na cartola
Como quem carrega uma inspiração insensata...
Soube depois que podia abrir o peito ao mundo,
E que o meu peito era como um fosso onde cabiam todas as coisas...
E que teria que ressuscitar milhões de vezes
Para poder viver todas as vidas que possuo!