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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Não vivo para ser lembrado

Não vivo para ser lembrado,
Como poderia viver para isso
Se depois não me lembrarei de ninguém?
Não vivo para ficar
Na recordação de amigos ou família
Não quero encher-lhes as trevas
Com a minha alma negra
Quero que fiquem sós
E percebam que a recordação de alguém
É apenas algo lamentável...
Faço o possível para que não me lembrem,
Não quero ser um fantasma visitável
Esqueçam-me...porque eu sou como quero...
Faço o que quero...não me arrependo de nada....
Não tenho remorsos...por isso afastem-se da minha cova...
Estão dispensados!

Tenho em mim os sete pecados imortais

Passo na rua mascarado de riso,
Sou divinamente endriabrado
Sou como uma lágrima sorridente
Tingida com o sangue esverdeado da esperança...
Sou uma cópia de todos os homens
Sou como um esboço inacabado...
Um risco traçado a carvão...
Que para me desenhar,teve primeiro que arder.
Tenho em mim os sete pecados imortais,
Sou o diabo agitando a cauda perante o doce
Os olhos salientes perante a carne
A inveja rabujenta que se mira ao espelho
Perseguindo a ganância pela vida
E voltando as costas a Deus... só para o chatear!
Sou a garra de unhas afiadas que se esconde na sombra
Sou a feroz beleza do delírio...
Ai de mim! Se o sol me apanha...empalidece...
Sou um cómico no funeral da ilusão,
E tenho a liberdade do destino traçado...por mim...
Rio-me desse destino fatal
Enquanto ardo no altar da Liberdade.
Ponho os lábios sobre a Beleza...que cora de vergonha...
Como os miolos aos Anjos...sou um raio que os racha...
De alto a baixo...
Sou o espelho onde se mira ilusão...
Porque tenho os dedos gastos de raspar no áspero Infinito
Vou ardendo numa bela fogueira...
Qual canibal que se consome...
Como uma estrela a quem acabou o combustível
Como um riso que se desfaz em pranto,
Ou uma passagem em ruínas.
Sou o último suspiro que não se quer exalar
Porque ainda não recebi as chaves do Infinito!