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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

O sonho do homem

O sonho absurdo e estúpido de qualquer homem
Passa por tentar esganar a morte.
Quer ser recordado
Deixar algo que o lembre
Dizer que esteve aqui.
Pensa que viverá eternamente
Na memória das pessoas.
Pobre animal...parvo e ignorante...
Não percebe a lição as coisas...
Que importa a nossa memória?
O que importa é mergulhar na vida
Conhecer a merda, revolver no lixo...
Cair e levantar-se...
Ter histórias para contar...viver...
E...cagar na memória...

Invejo o silêncio de quem morre

Invejo o silêncio de quem morre
Porque quem morre descobre a verdade e nada diz
Não é por acaso que muitos cadáveres
Jazem na urna... como se estivessem no seu leito
Alguns até sorriem...
A minha mãe quando morreu...
Tinha com ela aquele sorriso esfíngico da Gioconda
Como uma alegria descansada
Como se por detrás desse sorriso silencioso
Estivesse o gozo da partida para a viagem ao Éden...
Era um sorriso de ausência
A vingança perante a vida...
Esse sorriso era a vitória sobre a vida.
Ali estava ela imóvel...
A morte tinha-a transformado...
Num sorriso...