Como um despropósito insaciado
No meu corpo sulcado de vermelho sangue
Agita-se qualquer coisa...como um despropósito insaciado
Num jogo de sombras azul escuro.
Como uma imagem de desígnios regurgitados num prato liso
Ou como um mar que cintila feliz e remoçado com a morte no areal.
Expiro como um acalmado naufrágio sem deriva
Nutrido de vontades de fazer qualquer coisa
Que seja uma paródia de mim... em tamanho natural...
Derivo pela praia como uma espécie de vida
E procurando libertar angústias ancestrais
Afronto o céu com o olhar e,
Vislumbro nas nuvens a minha alucinação...
Depois agito a luz como um elixir...e sorvo-a em enormes tragos,
Seguidamente baixo a cabeça sobre o peito e ajoelho-me na areia
Peregrinando ao acaso pela minha alma .