A mulher das unhas vermelhas
Eis a mulher acabada de sair do banho
Perfumada e enrolada num roupão de veludo negro...
É como uma tarântula ornamentada,
Que pinta as unhas...de um vermelho sangue...vivo..
Pinta-as como quem pinta o silêncio
E sopra-as para secar o verniz
Como quem sopra para secar o medo.
O silêncio, é como uma flor arrancada de si
Que é preciso pintar...de vermelho sangue...vivo...
Para que a sua cor berrante empalideça o mundo...
E também para que essa flor silenciosa não perca a cor....
Ela, veste as pétalas com esse verniz vermelho sangue...vivo e polido...
As unhas...agora vermelhas...estão prontas a cravarem-se nas costas do Destino
Que ondula no espaço em volta de si...
Sempre a brincar...como uma semente levada pelo vento...
Esse destino arranhado...
Que se mascara com um sorriso de sátiro lascivo...