As narinas cheiram a monotonia
Corro o pano sobre a rua
E deixo cuidadosamente uma frincha na janela
Para que os meus olhos sonhadores
Se possam alegrar
Com a minúscula vista de céu azul
Que entra pelo lusco fusco do meu quarto.
Pressinto a carícia do vento
Que embate na janela fechada
Os sentidos são mãos e nervos sempre alerta
As narinas cheiram a monotonia
E a tristeza é uma forma de expressão plástica...
É nesse preciso momento em que toco no Cosmos
Que o meu espírito ganha asas
E uma visão passa veloz pelo meu olhar
Como um quadro de um pintor decadente
Uma espécie de ilusão radiante
Vestida com rendas e bordados
E excitada pelas asas Pégaso!