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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Como crianças que deambulam perdidas na noite!

Como árvores arrastadas pela corrente
Seguimos grandiosos e loucos
Dispersos pelas memórias.. pesados de sentimentos ...
O mundo é demasiado grande
O tempo é demasiado largo
Pesa-nos contudo a aventura da vida
Que nos leva a avançar debaixo dos Céus
Inundados de fantasia...
O mundo é o o berço Eterno
Onde gememos e cantamos
Como crianças que deambulam perdidas na noite!

Ecoando nesse gemido do coração...

Gota a gota escorre do meu coração
Um suco de leite eterno...materno...
Quente como uma longa viagem pelo deserto
Que se derrama em espumas brancas
Que abrem caminhos por vales infinitos
Correndo nas noites chuvosas
Misturando-se numa dissolução sumarenta e doce
De trinados noturnos e quentes...
Sigo o torrão de luz que me ilumina o caminho
Cavalgando aventurosamente a sela da vida
Em direcção a esse grandioso mundo que me chama
Mas é tão grande o adeus...
Ecoando nesse gemido do coração...

No tempo parado do espaço vazio

Com o tempo parado no espaço vazio,
Enchemos as nossas vidas.
Com o grito momentâneo das recordações
Com os sentimentos gastos por velhos sonhos
Com ideias desarranjadas pelo tempo
Esticamos pontes para o infinito da alma
E vivemos dentro dos gritos entranhados num peito que temos que abrir...
A bisturi...
Para desocultar um mundo infinito...
Que residia preso nesse grito sofucado pelo espaço
E que agora vive liberto...
Só pelo facto de o termos feito explodir!

Vivemos adormecidos no Grande Sonho

Vivemos adormecidos no Grande Sonho
Ouvimo-lo com um silêncio de culpa engarrafada
Estamos deitados na aurora....com a cabeça desfeita...
Somos como etílicos espreitando a alvorada de cor suave.
Que desponta nos telhados das casas,
Pássaros espectrais riem-se paranóicos
O Terror sinistro procura alguém...
Uma pessoa...esborrachada como uma embalagem abandonada
Consumida...vazia...
Que só nos bancos de jardim encontra companhia
O seu olhar é espectral... calado... roça as janelas
Sinistramente procura algum sentimento perdido
No silêncio macio da indiferença...

Na Europa ninguém confia em ninguém...

Os egoísmos nacionais que existem na Europa estavam camuflados sob a capa enganadora da solidariedade entre as nações. As mazelas psicológicas das duas grandes guerras que assolaram a Europa marcaram de forma indelével o sentir dos povos e bastou a crise económica para que se soltassem os demónios da dominação dos mais poderosos sobre os mais fracos.Enquanto os países mais pobres não precisaram de ajuda os países mais ricos eram os campeões da solidariedade, mas quando a economia falou e disse que era tempo de união tendo em vista a superação da crise, quem não precisava dos outros tirou o cavalinho da chuva.Na verdade vivemos como nos tempos que antecederam as duas grandes guerras, ou seja, ninguém confia em ninguém, só não se percebe é como é que se pode construir algo com base na desconfiança e no egoísmo, no entanto isso não é forçosamente mau, porque sempre é melhor saber com quem não podemos contar do que andar enganado.