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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Vagueei com olhos de sentir

Vagueei com olhos de sentir
Pela alma morta da cidade
Onde as pessoas rezavam o requiem
Como figurantes de uma eterna missa triunfal
Personagens gastas pela tristeza
Putas... ganhando a vida
Fingidas como estrelas de cinema
Corpos espampanantes... outros comoventes
Velhos esmolando com os dentes podres
Os mesmos com que roem a miséria...
Mas as ruas da cidade não querem saber
Ignoram as tristezas...
E até podem ser românticas...
Mas ...lá não existe lugar para o altar da Humanidade...
Nas ruas...a humanidade... é apenas uma abstração...

Como uma chama...

Como uma chama...
Que finalmente acenderá em nós o seu brilho
Em silêncio surgirá o fantasma do passado
Com aquela voz misteriosa que nos ensina...
Que mesmo num tempo em que nada fez sentido...
Houve esse tempo solene ...em que a vida falou connosco
E discretamente nos disse
Que somos seres incomparáveis
Vivendo no nada... e sonhando com tudo...

A noite invernosa em gastei as lágrimas...

Perdido naquele nevoeiro embaciado
Pendurei os sentimentos a secar...
Numa árvore de folhas caducas...
Sentei-me encostado ao seu tronco
Enquanto o sal das lágrimas escorria pelos ramos
Esses sentimentos presos nas garras da desilusão
Queixavam-se sozinhos e amargos
Como anjos expulsos do Éden...
Mas... ali estavam eles...
À espera de encontrar um lugar melhor...
Que o meu coração gelado e comprimido
Pela noite invernosa em que gastei as lágrimas...

O presente é como uma máscara

Pelas portadas cerradas do meu quarto
Entra a penumbra de memórias passadas
Algumas dissolvidas pelo tempo
São como vendas sobre os meus olhos abertos
Mas sei ... que o presente que agora esqueço
Será a memória passada deste mesmo presente...
Condensado no futuro...
Nunca sabemos o que estamos a viver
O presente é como uma máscara... que se destapa...
Só depois de se tornar passado...

Castigado pelas fantasias dos Deuses...

Vai passando a procissão
O diabo carrega a sua cruz ...
E Cristo liberto das grilhetas... atormenta o Diabo
Que por sua vez macaqueia as pessoas
Que de mãos queimadas pela cera que escorre da vela acesa
Se contorcem numa dança sofredora...
O padre..esse ser composto por pecados
Escraviza os transportadores do pálio...
Segue na sombra...debaixo do sol ardente...
E eu percebo que não há anjos nem demónios
Que o homem não passa de uma alma que veste um corpo
Que o diabo não passa de um pobre sofredor
Castigado pelas fantasias dos Deuses...
E o Homem que é Deus e Diabo ao mesmo tempo
Dança ao som do sorriso irónico de um sádico Maestro...

deveria ser tema obrigatório nas universidades o estudo aprofundado das causas e consequências da Primeira e da Segunda Grande Guerra...

“Quem não partisse, era atirado para um campo de concentração, onde a disciplina alemã conseguia dobrar até o mais orgulhoso e, depois de espoliado era empurrado para fora do país com a roupa que trazia no corpo e com dez marcos no bolso, sem que ninguém quisesse saber para onde ia. E lá ficavam à espera junto às fronteiras, lá iam mendigando à porta dos consulados, quase sempre em vão, pois que país estava disposto a receber desalojados pedintes?” relato de Stefan Zweig sobre a repressão aos judeus– algo estranhamente semelhante com o que aconteceu na segunda guerra está a repetir-se...a Humanidade não deveria esquecer o horror da guerra por isso deveria ser tema obrigatório nas universidades o estudo aprofundado das causas e consequências da Primeira e  da Segunda Grande Guerra...

Criámos a sociedade da desigualdade

Criámos a sociedade da desigualdade, em que grandes fortunas são amontoadas pelos ricos, que são beneficiados através de transferências do público para o privado. Ecomo é que isto se processa? Através de concessões de exploração monopolistas, de rendas garantidas e de redução de impostos, isto são na verdade os grandes subsídios que os contribuintes pagam aos ricos, e entretanto corta-se na SS, na saúde e na educação para manter esses previlégios. Assim privatiza-se a SS para que as seguradoras e a banca ganhem com os seguros de reforma, privatiza-se a saúde para que os hospitais privados obtenham lucros fabulosos, privatiza-se a educação para que os colégios privados suguem o estado, e tudo com a ideia dogmática de que os privados gerem melhor, na verdade acontece que é no privado que se geram os maiores casos de corrupção que arrastam o país para a miséria.

O ser humano é uma pauta musical

O ser humano é uma pauta musical
As palavras são as notas com que compôe a sua sinfonia
Compondo com as suas notas/palavras...pacientemente...
Uma íliada aventurosa do sentir... por dentro...essas palavras...
É dever do poeta tornar-se harmonioso...
Óh que horrível é para os meus ouvidos
Estar com alguém cujas palavras ecoem desagradavelmente...
A música deve estar sempre nas palavras
O poeta deve-as procurar..como quem procura um tesouro...
Só então essas palavras/música podem ser escutadas
Só então podem vibrar nas almas sensíveis...
Só então podem acordar os sentimentos mais distantes
Só então a sua poesia/música será intemporal...