Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Todas as pessoas dizem que não têm tempo

Todas as pessoas dizem que não têm tempo, quando afinal dispôem dele todo, o tempo de cada um é só dele e é ele que deve utilizá-lo como lhe convier. Hoje dizer que não se tem tempo para nada é um lugar comum, uma forma de se fazer “ importante “, quando o importante é ter tempo e que poder dispôr dele. Construímos a nossa sociedade em torno do tempo de trabalho, somos monopolizados por ele, e hoje já não só vivemos mais tempo, como vivemos a maior velocidade, velocidade essa que sendo contra natura, nos desgasta, física e psicologicamente. Com as novas tecnologias passámos ter máquinas que nos aliviam o esforço para ter máquinas que nos escravizam. Passámos do tempo em que produzíamos o que consumíamos, para um tempo em que a propaganda e o marketing nos criam necessidades que não temos devido ao excesso de produção, e é esse excesso de produção que origina o consumismo que nos está a escravizar, a roubar-nos a alegria e o nosso tempo único de uma vida.

Alcançámos a melodia perfeita

Como música inspirada a plenos pulmões
Transpiram de mim frases em línguas estranhas
Talvez assim me percebas...
Talvez estas frases se enrosquem em ti
E te prendam como veias entrelaçadas
Talvez nos unam com a eternidade
Essas frases que não nos fazem velhos...mas que nos cruzam os dias
E nos cobrem como uma capeline...adoçando-os...
Não...as palavras não nos envelhecem
Mesmo que a nossa pele transpire
Mesmo que do piano saiam sons de notas quebradas
Mesmo que os gemidos se transformem em gritos
E as nossas pernas se cruzem...numa harmonia...
Toco a tua pele...tocas a minha pele...
somos lianas enroscadas na vida...
Línguas zumbindo em volta do mel...
Como um pôr do sol...ou como rugas de mistério...
Porque sabemos que já vivemos
Que já contámos dias...que já fomos contados por eles...
E que alcançámos a melodia perfeita …
Como perfeito é o silêncio...

Vivemos em dois tempos

Vivemos em dois tempos, o tempo de trabalho e o tempo de viver. No tempo de trabalho estamos sujeitos ao seu ritmo e tempo, no tempo de viver podemos ter o “nosso” tempo. Nos nossos dias devido à interferência do tempo de trabalho perdemos o “nosso” tempo de viver, perdemos o contacto com os nossos filhos e com o nosso “eu”, porque estamos sempre atarefados com alguma coisa . A questão a colocar é:como dar a cada um o seu tempo? Como tornar apetecível a vida? Estudos demonstram que se deve diminuir o tempo de trabalho e prolongar a vida activa, ao diminuir a jornada de trabalho estamos a criar mais empregos, que por sua vez se vão refletir nos custos do desemprego e ao prolongar a vida activa estamos a diminuir também os custos com as pensões. Ao trabalharmos menos horas estamos a criar um “escape” para o stress, ao mesmo tempo que podemos dar mais atenção aos nossos filhos, dedicarmo-nos a um passatempo, ao desporto, etc. sem dúvida que a chave do futuro passa por conjugar estes dois tempos e alterar radicalmente a nossa relação com eles.