Comporto-me como se carregasse um segredo fabuloso
Não me com misturo os sentimentos..
Nem perco tempo com sonhos impossíveis
Sou como um animal...vivo placidamente
Não me preocupo com Deus...não me condeno...
Subo á serra e vejo o horizonte
Falo com o pastor...acaricio o seu cão...como se fosse meu...
Eu não tenho cão...
Pego na rola caída do ninho e escondo-a nas giestas
Sei que os pais virão procurá-la...
Também sei que já sou demasiado velho para ser procurado
Por isso não me escondo...apareço...
Apareço mascarado de diabo simpático...
Como são todos os diados...
Não emito gemidos...
Não me doem as articulações quando me sento na pedra dura
Não olho para trás...
O meu pescoço insiste em olhar sempre para diante
Comporto-me como se carregasse um segredo fabuloso
Faço maldades ao meu corpo...castigo-o...sou carinhoso...
Por isso sou independente de mim...