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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

democracia significa poder do povo mas quando o povo fala no local próprio(AR) ...é expulso...

O povo tem liberdade para escolher, mas não tem liberdade para decidir nem para participar no acto legislativo, sabemos que é impossível submeter as leis à apreciação popular,(excepto aquelas que têm que ser aprovadas por referendo), deveria portanto, o povo ter assegurados dias para poder expressar-se no parlamento, sem ter que ser expulso da assembleia, como agora acontece, o paradoxo é que democracia significa poder do povo mas quando o povo fala no local próprio(AR) ...é expulso...

Não sejamos uma tarde cinzenta e banal..

A terra engana-nos quando pensamos que podemos fugir dela
E o sol não é mais importante que a vida
Sem vida não há sol...
Por isso misturemo-nos com a terra...sejamos terra...
Porque a verdade só a saberemos quando nos misturarmos com a terra
Esqueçamos o final do dia impaciente
Esqueçamos as horas de dormir
Sejamos sono e insónia ao mesmo tempo.
Arranquemos os sonhos...rasguemos as camisas...
Arranhemos o encanto da vida
Sejamos maus e bons e sovinas...e rochedos fortes
E calhaus tenebrosos..
Sejamos maiores que todas as coisas altas
E menores que tudo o que é pequeno
Desafiemos as sereias a bailar na praia
E as tartarugas a tirar a carapaça
Arranquemos a morte pendurada na árvore
Como um fruto desalentado e pegajoso
Sejamos luz ao entardecer...e noite de manhã...
Frutifiquemos a nossa vida...
Mas não sejamos uma tarde cinzenta e banal...

Moro num sepulcro que já foi santo

Moro num sepulcro que já foi santo
Tenho as minhas cinco chagas de alento
E não vivo num muro de lamentações.
Porque como uma seara de trigo ondulante
As tristezas vão e vêm...assim como as alegrias.
Por isso... exulto com o barulho da chuva no telhado
Com os frutos das árvores e as memórias tristes
Com o sabor da perversão e a incerteza da queda no abismo
Com o som do vento e o delírio comungado...e partilhado...
Com o barco...o temporal...a bonança...
Não quero saber da desgraça na boca dos vizinhos...coitados...
Exulto com o que sou e o que poderia ser
Com o que não fui e o que poderia não ter sido
Alegro-me por todos os que não conheci
Pelos meus antepassados...que me semearam...
Pelas viagens que não fiz e pelas que fiz
Pelo tempo absoluto e vazio por dentro... sem ponteiros a rodar
Mas rodo eu nesse tempo...sem tempo nem idade
Sentado na minha cadeira...virado para a vida...
E desperto para a manhã....