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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Procuramos na nossa voz interior

Somos seres primitivos,
Afirmando e negando...constantemente
Somos almas sem estados
Vozes sem interior...paixões despropositadas
Culpados de defender cinismos
Não mostrando a nossa face escura ao mundo.
Defendemos a culpa...como nossa irmã gémea
Somos seres reduzidos pela culpa
mas de nada temos culpa
nem nada nos deve reduzir...
Ignoramos a consciência...
Acusamos a paixão... de ser um mistério
Somos conscientemente irresponsáveis.
Procuramos na nossa voz interior
Uma acusação...ou uma resposta...
Uma defesa...ou a chave do mistério...
Mas não podemos ignorar...que tudo tem a sua alma!

Ser independente é não cair na esparrela do endividamento.

O grande desafio do futuro consiste em alterar a percepção de que os bens materiais que a nossa sociedade tanto adula nos trazem a felicidade,a verdade é que por mais coisas que possuamos isso nunca será suficiente para satisfazer a mórbida vontade de ter cada vez mais. A chave da independência do Homem reside precisamente em não ser escravo dos bens materiais e não sucumbir aos desígnios da sociedade de consumo, saber viver é possuir o essencial, ser independente é não cair na esparrela do endividamento.

No futuro todos deveremos ser patrões de nós próprios

No futuro todos deveremos ser patrões de nós próprios, trabalhar menos tempo e sempre e só quando as empresas precisarem de nós, será a revolução e a liberalização total do tempo e do sistema de trabalho. Em contrapartida o estado terá que assegurar a todos o subsídio de desemprego, sempre, quando e durante todo o tempo que se estiver desempregado, não pode haver prazos para o recebimento do subsídio. No entanto o nosso aberrante sistema de recibos verdes deve acabar e ser substituído por contratos a termo certo.

Cristo praticou a sua entanásia

Fala-se muito nos direitos do homem, mas qual é o direito que tem para morrer o homem que está a sofrer em estado terminal, ou em estado vegetativo ou pura e simplesmente já não encontra forças para enfrentar a vida e a doença? Por crenças religiosas que pensam que são donas da vida das pessoas estas são obrigadas a  sofrer. Mas... e Cristo, não é a última Ceia a despedida da vida? Cristo sabia que ia morrer, sabia até quem o atraiçoaria, mas tinha que ser assim, porque só assim é que Ele se iria encontrar com o seu pai Celeste e depois ressuscitar(segundo a Bíblia). Então porque é que não podem aqueles que sofrem irem ao encontro desse mesmo Pai( e talvez ressuscitar)? Na prática Cristo praticou a sua entanásia...não podem os outros mortais também fazê-lo para aliviar o seu sofrimento?

Um Cristo pobre...pendurado num cabide!

Os caminhos vão para toda a parte
O absurdo passeia-se na calçada
O céu vai desmoronar-se e a lua vai cair
A fruta tem um sabor áspero e desajeitado
O ritmo da rua é incessante
E a Terra esmagada fala sozinha
Resmunga que viu um homem...que ninguém viu
Uma lixeira sentada na passeio
Que dizia que não matou o mundo
Que apenas o empurrrou
Para dentro de um saco plástico
E que o guardou numa caixa de cartão.
Esse homem invisível enterra-se no desespero
Enreda-se em histórias...grita-as...sufoca...
Levanta-se numa dança...
Como se fosse picado por abelhas
Foda-se...mas eu não uma máscara...
Sou apenas um fato esfarrapado
Já sem corpo para a roupa...
Sou um desenho de giz apagado
Mas podia ser um encantador de serpentes
Um dançarino...se não tivesse os pés embrulhados em trapos...
Assim sou apenas um Cristo...que ninguém segue
Um Cristo que ninguém vê...
Um Cristo pobre...pendurado num cabide!

A margem do rio é a sua vida...

Vejo o belo flamingo...rosa...debruçado no lodo...
A margem do rio é a sua vida...
Não se prosta ao desconhecido...não se condena...
Não quer saber de sermões inúteis...
Não tem pecados...é um anjo rosa...
E se tiver algum Deus...
Ele não passa de um heterónimo do nosso!

O mesmo vento que empurra o barco...

Caminho pelas margens do rio
E sou como a ave que ali pesca...
Eu... pesco a solidão e a calma
Ela... minha irmã ...pesca a sua vida.
Um barco passa e sou barco
Porque como as ondas que projecta para as margens
Eu me projecto em ondas de palavras
para o rio branco do papel...
E nada mais sou nem quero ser
Serei apenas vento que passou pela terra
E que deixou um rasto de palavras que já não lê
O mesmo vento que empurra o barco...
Até ao cais!