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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Um poema é tudo...

Ler um poema é ter os sentimentos a sair pela minha garganta
É ter os sentimentos a afagar a minha língua
É ter os sentimentos a beijar os meus lábios
Ao contrário da pintura...que é silêncio...
Ao contrário da música...que é cor...
Um poema é tudo...
Pintura...música...cor...

Esconde de mim as flautas encantadas

Chegaste como uma flor aberta
Foste a minha barca lançada ao mar
Por ti fiz a minha prece de sangue
Por ti o fumo elevou-se no ar
Por ti as janelas foram espelhos
Espelhos onde as gravuras eternas se escondem
Onde os sinos tocam e os gelos se derretem
Confia em mim...esquece os altares e as catedrais
Ouve o eco do mar no silêncio do luto
Vem ouvir os galos pela manhã
E o rumorejar sentido das árvores
Açoitadas pelo vento...
Esconde de mim as flautas encantadas
Os circos de pessoas aflitas
E as tendas dos refugiados...como eu...
Em ti!

Poderei alguma vez saber o que não me aconteceu

Cheguei num dilúvio que encharcou a manhã
Ignorando os raios e os trovões
Reabasteci-me de flores...o leite e o mel escorreram
E rolei sobre as pedras duras e molhadas...
Acendi o lume que me aquietou
E aqueci a água num jarro de tédio...
Poderei alguma vez saber o que não me aconteceu
Se nada ficou gravado na minha memória?

Talvez assim nos tocássemos...uns aos outros...

Irrompe o sangue por cima das casas
As nuvens negras contam-nos que os homens partiram
Foram levados no dilúvio...cozidos em lume brando
E as crianças olham as mãos ...vazias de sonhos
Oh, se pudéssemos subir os degraus que levam ao paraíso
Se pudéssemos matar o tédio com o sangue quente
Se não aluíssem os muros em que nos encostamos
Se nos dissessem que somos vidro...brilhantes...
Se nos dissessem que somos Midas
E que nos transformamos em ouro...a nós próprios..
Talvez assim nos tocássemos...uns aos outros...

O momento mágico em que a aranha tece a sua teia.

Nas majestosas janelas fumegam olhares
Nos jardins as flores são pedras preciosas...
Na rua não há gritos...nem gemidos...nem perturbação...
Os religiosos pensam no pecado e... com medo...não pensam
Acordados seguem os animais para o matadouro
E o amor dedicou-se a um culto fanático e sem remorsos.
No rio os barcos pensam em cais
O vento...pensa na rosa dos ventos
E a chuva abate-se sobre nós
Traçando um arco-íris empalidecido.
No deserto os Tuaregues fazem a cerimónia do chá
E eu...espero ansioso o momento mágico
Em que a aranha tece a sua teia.

A nossa opinião e a dos outros...sobre nós...

Não me penso, vivo confortavelmente com os meus defeitos e as minhas qualidades, são em mim tão naturais como o sangue que me corre nas veias ou o ar que respiro.Como me poderia pensar se sou eu? Como me poderia preocupar com quem sou, se sou! Depois...temos os outros que nos pensam, que opinam sobre nós, e devemos saber que haverá tantas opiniões sobre nós como o número de pessoas com quem nos relacionarmos,mas...como pode alguém opinar sobre nós enquanto Ser Humano? Como pode alguém achar que sabe quem somos? É tudo ilusão meus amigos, por isso não vos penseis, e deixai que os outros vos pensem, mas sigam o vosso caminho prazenteiro, porque ninguém pode fugir de si e é por isso que se é alma e corpo, e as opiniões exteriores são todas iguais, não valem nada.