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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Sorrimos à magia das pedras...

É noite...a cama cheira a uma febre débil...
A luz da rua reflete a muralha de serena candura
E as aparências de sombras dispersam-se no escuro intenso.
Os lençóis são mares ondulantes...de esmeralda profunda
Acidentados como poços negros...pedem para respirar...
Ar puro...ar puro...ar puro...querem vida...
Subimos à gávea...vemos o futuro...
E sorrimos à magia das pedras...
Que dormem nas falésias.

Nunca vi um urso usar unhas de gel..

Os animais não vestem roupa, não têm pudores... quem nos instilou os pudores? Quem nos fez maníacos das roupas de marca e anéis de brilhantes? Nunca vi nenhum animal querer uma mala Louis Vuitton, ou um leopardo enfeitar a sua árvore com a pele da impala, ou um urso usar unhas de gel...que temos nós de diferente? Apenas temos a mania de que somos homens, sim, os homens têm manias e vícios, têm a mania de quererem que gostem deles. Já os animais não se importam, quer o leão saber da opinião do búfalo ou do hipopótamo? Não! Ele quer viver..apenas isso, o seu luxo é uma boa pratada de gnu e nada mais...áh! Ser humano...despe-te....

Igual a todos os que não têm memória

De portas cerradas como abelhas sem colmeia
Levamos a sério a vigília e o desgosto...
Comungamos o mistério do espírito
Com vinho... pão... e desespero
Berramos música primitiva...
Com olhos espantados juramos sinceridade...a quê?
Se não sabemos o que ela é
Se não sabemos para que serve
Se não nos veste este corpo de idiotas sem fórmula
Adulamos os trabalhos forçados...esforçados...
Descemos à mina primitiva..pecamos sem originalidade...
E temos pressa...muita pressa..de ir à praia...sós... apenas isso...
Lá somos garrotados..e adulados pela maré vazante
Bebemos vinhos bestiais...caímos de borco na areia
Porque dentro do vinho...latia invisível...o espírito de Baco...
Atroz...irmão...igual a todos os desesperados...
Igual a todos os que não têm memória
Igual à idade da velhice...
Bela...calma...pacífica...
Porque sem futuro!