Estamos sós ...profunda e intencionalmente sós
Somos tecidos no tear da solidão
Hilariantes como crianças...incontáveis e grandes...
Cheiramos as ressonâncias da vida
Todos os dias são um penhasco rígido
Um novo sonho...uma nova aurora...
Crescemos agarrados à gratidão do sol
Crescemos impressos em emoções
Juízos...tédios...obras de arte...
Não compreendemos a grandeza da paciência
Nem a rigidez inglória da claridade...
Cheiramos levemente a vida...de longe...
A vida que emana um forte odor...
Mas não nos aproximamos dele...
Temos medos...
Medo das aparências indelicadas
Medo da grandeza do universo
Medo da inacessibilidade do tempo.
E assim...Medramos mirrados e inefáveis...
Surpreendidos por escuras emoções
Somos árvores sangrando seiva vermelha
Cães com cio de vida...inconscientes...
Aguardando o nascimento da hora do entendimento...
Como quem espera um parto prolongado..
Um parto que nos faça enfrentar...
A nossa existência misteriosa...