Enfrenta-te
Não canses os outros com os teus anseios, nem com os teus desgostos...enfrenta-te!
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Não canses os outros com os teus anseios, nem com os teus desgostos...enfrenta-te!
O tempo não se pensa...o espaço não se vê...mas tudo se imagina...
Emergi do escuro como quem ocupa um espaço
Um espaço oblíquo entre os seios das silvas aguçadas
Olhei...ainda ninguém tirara os olhos da sombra do céu
E já eu descia a rampa que dá acesso aos homicídios
Vi a morte da noite...a morte do azul e de todas as cores..
Vi a curva elíptica que forma o abismo florido
Vi os prados erguerem-se contra a colina de aço
Enquanto abraçava o rumor assobiante do vento.
Obscuros clarões clamaram pelo meu nome
Mas eu não entrei no bosque....
As pedras olharam-me... caladas...de face negra e pontiaguda...
E vi o meu drama no horizonte... sem horizonte...
Doces estrelas do mar floriram num vaso de prata fina
Ergueram as flores até ao céu... e iluminaram novas estrelas...
Senti a imensa agonia dos lagos estagnados....pútridos...
Perante os olhos doces e estupefactos da Aurora...
Ergui-me então nas minhas asas de falcão...
E dancei no ar com as rolas brancas...
Estar longe é deixar parar o tempo...
É ficarmos suspensos em nós
É criar um refúgio mágico e silencioso
É não escutar o eco profundo do mundo
É mergulhar corpo adentro...demoradamente...
É deixar que os ventos soprem sem nos inquietarmos
É procurar o amparo que sopra do mar.
É deixar que a vida nos carregue de grandeza
É deixar o silêncio responder ao nosso ruído interior.
Ao ruído que sai das nossas salas fechadas ao mundo
Ruído ensurdecedor que ninguém ouve
Ruído violento...voraz...falho de palavras...
Onde estremecemos às perguntas desconhecidas
Como quem entra num palácio de espelhos desfocados...
Que nos fazem perguntas difíceis
Que nos obrigam a convalescer das respostas inaudíveis
Porque no grande deserto silencioso...
Onde as tempestades de areia falam dialectos desconhecidos
Que perguntam onde vão as nossas emoções
E nos dizem que a maresia é um vento calmo...
Aí percebemos...
Que quando estamos a sós com os nossos pensamentos...somos livres...
Mas quando estamos longe...de nós..somos Deuses...