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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Olhos de todas as cores espreitam a safira azul

Olhos de todas as cores espreitam a safira azul
Olhos de todas as cores espreitam a safira azul
Olhos de todos os tamanhos e feitios
Querem descer os degraus que dão acesso à mina
À mina sustida por barrotes encandeados de escuro.
Olhos de outra de época...funerários...aluados...
Olhos apoiados no mar...
Mar que esses olhos espreitam pelas rachas abertas no tabique
Olhos cegos pelas ondas bronzeadas do mar
E pelos seus brilhos de filigrana prateada...
Olhos ferozes... que secam a fonte de pedra gentil
De onde brota a água... como se fosse um solo de Coltrane
Mas a ti eu digo: não!
Não te desnudes aos meus olhos...
Esconde a parte misteriosa de ti...
Para que a minha imaginação possa sonhar...
Para que a minha imaginação brinque em silêncio
Como um contentamento...
Surda... à tua voz que não conheço...

Dias que usam rendas...

Dias sobre dias...
Como se as estações do ano não passassem
E os dias fossem outros.
Dias húmidos que entram pelos olhos
Dias de seda e de tapetes de ouro..pisados por pés de esmeralda
Dias que abrem fendas...no mármore rosa...
Depois de carcomidas as janelas funerárias
Que dão luz aos pardieiros...
Dias que atraem multidões de músicas cristalinas
E cujos olhos negros são fendas abertas ao eclipse solar
Dias que usam rendas... e folhos de veludo azul
Para enganar os incautos jovens
Que vivem em quartos alugados da alma
Inocentes...que vigiam das torres do engano
A neve que a avalanche vergada ao peso dos corpos
Fará despir os seios das montanhas...

Devemos passar o tempo a inventar...o tempo...

O tempo da infância passa vagarosamente porque é vivido a sonhar...o tempo da adolescência passa um pouca mais rápido porque começamos a perder o sonho da infância... o tempo da idade adulta passa depressa porque esquecemos totalmente a infância e nos tornámos sérios...
Tantos tempos juntos e não sabemos qual o verdadeiro...é por isso que devemos passar o tempo a inventar...o tempo...