Olhos de todas as cores espreitam a safira azul
Olhos de todas as cores espreitam a safira azul
Olhos de todas as cores espreitam a safira azul
Olhos de todos os tamanhos e feitios
Querem descer os degraus que dão acesso à mina
À mina sustida por barrotes encandeados de escuro.
Olhos de outra de época...funerários...aluados...
Olhos apoiados no mar...
Mar que esses olhos espreitam pelas rachas abertas no tabique
Olhos cegos pelas ondas bronzeadas do mar
E pelos seus brilhos de filigrana prateada...
Olhos ferozes... que secam a fonte de pedra gentil
De onde brota a água... como se fosse um solo de Coltrane
Mas a ti eu digo: não!
Não te desnudes aos meus olhos...
Esconde a parte misteriosa de ti...
Para que a minha imaginação possa sonhar...
Para que a minha imaginação brinque em silêncio
Como um contentamento...
Surda... à tua voz que não conheço...