Cruzar as pernas e iluminar a noite!
Rente à manhã nua corre plano o rio
Tiritam gaivotas de prata sobre os barcos ancorados
Árvores de comédia começam a despir a gaze de nevoeiro
E os glaciares são enganados...
Pelos acordes das brisas que sopram da multidão
Não há cabeças enfeitadas com flores
Não há idílios nas aves que pairam ao vento
Não há pontes... nem flautas... nem luzes...
Os mistérios líricos...saem acompanhados pelas tentações de Afrodite
E os estúpidos perdem-se pelas teorias equívocas
Os abetos abrem fendas por onde passam as avenidas
As fraquezas emocionam-se...as bebidas inspiram a arte
Tudo é comédia de cores quentes...
Amarelo torrado de emoção...Van Gogh soltou as amarras...
Vales rupestres exibem bacanais de cabras montesas
Os tectos curvam-se perante a passagem de Artemisa
E as bebidas continuam a correr pelos acordes orientais.
Não venho eu repleto de luz bárbara?
Não venho eu viver...sobre a ponte de madeira que conduz às areias movediças?
Não venho eu iluminar os negros mistérios...
Que planam ociosos sobre as naus quinhentistas?
Áh! se eu fosse uma criatura perfeita...
Áh! se eu tiritasse de frio sob os ramos nus das árvores decadentes...
Áh! se suspendesse a minha cabeça sobre o abismo fraternal...
Ou se eu fosse um obscuro passante com um tambor a tiracolo
Ou um tocador de realejo imprevisto...
Que circunda as matas pueris e... depois...como um mestre Zen...
Faça parar o tempo...Cruzar as pernas e iluminar a noite!