Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

O baile das debutantes foi erguido sobre as águas

Deixei que os dias vazios jogassem cartas à luz da lua
Os ases e as rainhas iam em procissão em busca de prados frescos
E o deserto acordou com uma atmosfera lunar
O baile das debutantes foi erguido sobre as águas
Nada se regia pelas normas... o efeito de estufa alagava os corpos
Os mares retiravam-se da costa e a malícia inchou a atmosfera
As certezas eram explícitas e as fábulas verdadeiras
O arame farpado vestia as fronteiras de aflição
E nós percebemos...que por detrás da bruma...
Implodimos como uma Anã Branca...

O mundo perdeu os continentes em qualquer lado


O mundo perdeu os continentes em qualquer lado
Mãos desertas de revolta...jogam às escondidas com o poente
E as velhas ajoelham-se perante a passagem dos escravos
Os prados exibem agora relva artificial...
A aflição sobe as escadas e... deita-se em lençóis de linho branco
O mundo perdeu os continentes em qualquer lado
Talvez nas esquinas angustiadas dos pobres...
Que agora querem construir o mundo Único!

Para ouvir correr o meu sangue...


Sentei-me à sombra do céu de chumbo
Que pesava sobre as casas... como qualquer coisa improvável
Então... pedi uma pausa ao Inferno...
Para ouvir correr o meu sangue...
E... no silêncio das minhas veias ouvi galopar…
Hordas de cruzados assassinos que sentiam remorsos
Atmosferas de bruma caótica e celestial...
Era inferno disfarçado de deserto lívido...
que estava a ser construído... mesmo abaixo de mim!

Como se fosse a minha temperatura normal!

Ouço nas salas de vidro fenício
Vozes indignadas de desconhecidas portas
Que astuciosamente se fecham aos pensamentos.
Ouço vozes de bocas artificiais que pronunciam palavras lascivas
Escuto as exclamações sérias como se fossem livres
Vejo a face ruborizada pelos elogios despropositados
Vejo pragas...salas...e quartos interiores de onde sai a luz...
Alongo o meu olhar sobre a memória...
Escuto o ladrar avisador do cão de guarda...
O calor da cara sobe-me aos olhos...
E...perante a miséria ...pitoresca...agressiva...
Sinto aquecer em mim a cólera...
Como se fosse a minha temperatura normal!