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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Habito os lugares que o inverno purificou

Não sou o tédio faustoso que soçobra
Nem os desgostos me cortam a orelha
(chegou-me o sofrimento de van Gogh)
Porque foi a minha orelha que ele cortou
E foi a sua orelha o meu sofrimento...
Agora...
Habito os lugares que o inverno purificou
E... não vivo em êxtase coralino, mas... afeiçoei-me ao inverno...
Gosto do imprevisto que especado atrás do tempo..me espreita
Mas sou um egoísta do silêncio...
O vinho é a minha delícia...o céu escuro o meu porvir...
As raivas surdas ou de ouvido atento...já as escorracei...calmamente
Não preciso mais que este corpo maduro...se purifique...
Não vivo enleado na borbulhante comédia
Recosto-me na minha cama antiga e...rio-me das superstições
Gosto das tempestades e da redenção..do sopro...
Gosto da perfeição do espírito e do desprendimento gracioso...dos surdos...
Gosto das formas estilhaçadas de Picasso
E do surrealismo louco e raivoso de Dali...que crucificou Cristo..
E fez das horas relógios moles...
Quem descerá do Céu? A idade?
Quem acalmará as mulheres? A alegria?
E o meu corpo que terra fecundará?

Habito os lugares que o inverno purificou

Não sou o tédio faustoso que soçobra
Nem os desgostos me cortam a orelha
(chegou-me o sofrimento de van Gogh)
Porque foi a minha orelha que ele cortou
E foi a sua orelha o meu sofrimento...
Agora...
Habito os lugares que o inverno purificou
E... não vivo em êxtase coralino, mas... afeiçoei-me ao inverno...
Gosto do imprevisto que especado atrás do tempo..me espreita
Mas sou um egoísta do silêncio...
O vinho é a minha delícia...o céu escuro o meu porvir...
As raivas surdas ou de ouvido atento...já as escorracei...calmamente
Não preciso mais que este corpo maduro...se purifique...
Não vivo enleado na borbulhante comédia
Recosto-me na minha cama antiga e...rio-me das superstições
Gosto das tempestades e da redenção..do sopro...
Gosto da perfeição do espírito e do desprendimento gracioso...dos surdos...
Gosto das formas estilhaçadas de Picasso
E do surrealismo louco e raivoso de Dali...que crucificou Cristo..
E fez das horas relógios moles...
Quem descerá do Céu? A idade?
Quem acalmará as mulheres? A alegria?
E o meu corpo que terra fecundará?

A nossa porta já se abre aos aromas primaveris...

Temos demasiados espinhos cravados nas jóias cinzentas
A safira azul arrasta-se para o decote das damas
E os murmúrios procuram as bocas na areia
As paredes e os tectos exibem frescos sem lógica
E a aurora belisca-se... porque não acredita que acordou na estante das pratas.
Os cristais... recusam-se a decompor a luz...e fogem...
Arremetendo furiosos pelos campos... bêbados de nevoeiro...
E até os céus se fundiram e...engoliram os amores...
Mas a nossa porta já se abre aos aromas primaveris...

Toda a vida é um acrescento de emoções...

Fiz-me silêncio e aconcheguei-me no sussurro da noite
Não estranhei quando tu entraste...eras de novo a emoção
Ruído Ocidental e de todos os pontos cardeais...acidental..
Os caprichos jaziam inertes...as ameias tinham sido violadas...
O sangue passou a circular velozmente...ferozmente...
As emoções quentes refugiaram-se na sombra
A calma saiu da reclusão...
E o espaço ganhou uma fabulosa seriedade
Delimitada a solidão...escolhida a área a preservar...
Sobrevoámos a nossa convalescença...
E aterrámos numa eira distante...
Onde separámos os cereais inexplicáveis...
E onde as explicações eram uma estranheza inerte.
Tudo foi acrescentado e tudo foi sereno...
Porque toda a vida é um acrescento de emoções...

Onde aportarão os náufragos?

Arrastando a asa como pássaros feridos
Fugimos pelos escuros corredores da sombria paisagem
A nossa sombra tardia...já não suporta a mágoa
O nosso coração belicoso...
Transformou-se num bizarro peixe azul...nadando num aquário opaco..
Onde se refugiou como uma obra prima...
Deixou de querer brandir os seus desejos
E já não quer correr pelos céus rosados...
Porque a mágoa é um arvoredo que o cerca...
Oprime...sufoca...devora...
E até os instantes emocionados têm feridas a sangrar.
Onde aportarão os náufragos?

Esses abismos que é preciso transpor

Dos abismos incautos e absurdos
Fazemos preces... desfiguradas pelos ecos da censura
Trovoadas rebentam sobre o nosso coração
Como catástrofes excitadas que rolam sobre o desinteresse
Esses abismos que é preciso transpor
Não desfiguram os nossos sentimentos...
Mas irritam os fios que nos prendem aos dias...

Que flutua na vida ...como um peixe fantástico...

Cubro o meu escuro interior com um fato de lantejoulas vermelhas
Enquanto um coral de pecados faz correrias nocturnas
Luxos...memórias...orgulhos tentadores...esqueço...
Hoje vou baixar os braços...e sentar-me perante mim...
Vou sentar -me perante um homem...que tem os dias rasgados pelos ventos...
Que flutua na vida ...como um peixe fantástico... que nada em seco...
Num lago feito de sangue e estranheza!

Somos criaturas sensíveis...

Indistintamente escutamos as ninharias da esperança
A alma sem repouso não cessa de pensar
E do coração saem silêncios exaltados.
Somos criaturas sensíveis...pouco volume ocupam as nossas emoções
O nosso estado de alma é surdo às cerimónias fúnebres
Porque o nosso corpo se lança impulsivamente para a vida
Esperamos sempre que seres invisíveis nos acompanhem
Como quem acompanha um trecho musical
Ou quem segue uma pauta de música...em silêncio....
Ou como uma árvore que perdeu as folhas...
Para não incomodar...os passantes...

Somos criaturas sensíveis...

Indistintamente escutamos as ninharias da esperança
A alma sem repouso não cessa de pensar
E do coração saem silêncios exaltados.
Somos criaturas sensíveis...pouco volume ocupam as nossas emoções
O nosso estado de alma é surdo às cerimónias fúnebres
Porque o nosso corpo se lança impulsivamente para a vida
Esperamos sempre que seres invisíveis nos acompanhem
Como quem acompanha um trecho musical
Ou quem segue uma pauta de música...em silêncio....
Ou como uma árvore que perdeu as folhas...
Para não incomodar...os passantes...

Como sopranos sem pauta!

Não nos desculpemos perante a mão estendida
Nem perante a linha suave dos lábios violeta
Não esforcemos os meses com assuntos sérios
Os nossos esforços serão... um encolher de ombros
E a nossa boca uma sala aberta para a música celestial.
Os nossos ouvidos repelirão a astúcia escarlate
E as palavras serão corpos pensantes...
Independentes...vagos...solitários...
Como sopranos sem pauta!