Um cavaleiro francês desconhecido...
Deslizo pelo dia como se fosse um gato taciturno
Escuto o ronronar ecoante da natureza
Como se a natureza tivesse perdido o seu instinto
E o procurasse no estrondo..
Com que morde os lábios desabrigados.
Os dias voam supérfluos e cegos de agonia...
Tenho como companheiras de viagem a loucura e a incerteza
Porque o meu bote é cego...os sentimentos fecundos...e o rio é perigoso
A minha justiça não é mais que infortúnio
E a minha agonia é a minha esperança...
Passo na rua e arranco as folhas às árvores
Depois lanço-as ao ar...para as ver cair... e estremeço...
Caem-me em cima... lentamente …
Como a alegria cai na fatalidade
Como o festim e a miséria caem na rua
Como o sangue cai na areia sufocada...
Sou um egoísta platónico...um louco que lança pragas...
Um infortúnio armado de lança e espada...
Um cavaleiro francês que passa... desconhecido...
Mas tu... não estás na janela de Mértola...