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folhasdeluar

Poesia e outras palavras.

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Poesia e outras palavras.

Acordei uma manhã no lado obscuro de mim

Acordei uma manhã no lado obscuro de mim
Mas...no canto do quarto luzia uma luz ...na escuridão
A razão chamou-me ...preferi calar-me...não respondi...
E o meu lado pirómano incendiou a tampa do meu caixão...
Vesti um sobretudo de caxemira azul... saí para a rua...
E... com meu corpo descarnado assustei as imagens santas...

É inútil o progresso...

São inúteis as horas devotas...as marchas lentas...
E as procissões filosóficas....
São inúteis as urtigas errantes e os números profanos
É inútil o progresso... predito por oráculos estrangulados
Que se ajoelham nos cantos de outrora...
E as planícies? E os potes de barro?
Esses potes de barro vermelho... incandescente
Onde se cozeram séculos de guerras...
E onde se cozeram festins de ódio
Agora ...só os vagabundos têm nome...

Bendita a imagem embrutecida do aldeão...

Quero divertir-me à custa da ira
Quero forjar nervos em bigornas de raça forte
Quero que os metais fundidos... se deitem bêbados
E os caminhos indolentes prossigam a sua marcha
Quero que as fogueiras ardam em bandeiras brutais
Que a pele ao vento seja curtida pelo horror
Malditos os vícios e malditos os carregadores de vícios
Malditas as dores do tédio e os rios de sangue
Malditas as raízes que nos prendem ao infinito...e nos levam com elas...
Malditos os impossíveis e os possíveis
Malditas as horas inocentes e o anoitecer que fustiga a minha timidez...culpada...
Bendita a imagem embrutecida do aldeão...

Ai! Vinhos cintilantes de paisagens em socalcos

Ai! Vinhos cintilantes de paisagens em socalcos
Ai! Sol roído de ciúmes dessa cintilação
Ai! Waits ...companheiro de solitárias memórias nocturnas
Venham todos a mim...tudo venha a mim...
Que sou grande e tudo suporto
Venham mim os fios entrelaçados de cansaço
Venham a mim as árias crucificadas..e as gargantas roucas de tabaco e álcool
Venham a mim os lobos solitários...marquemos encontro na Lua Cheia
Venham a mim as danças...as mesquitas...as famílias...
E as filhas de família...
Venham a mim os horizontes sem muros em derrocada
Venham a mim os doentes...que sou grande e tudo suporto...
Venham a mim as almas das seduções...e as línguas quebradas...
Venham a mim as filosofias que não sigo...nem entendo...
Venham mim as clareiras do espírito...dancemos...
Dancemos...dancemos juntos...que sou grande e tudo suporto...

Ai! Vinhos cintilantes de paisagens em socalcos

Ai! Vinhos cintilantes de paisagens em socalcos
Ai! Sol roído de ciúmes dessa cintilação
Ai! Waits ...companheiro de solitárias memórias nocturnas
Venham todos a mim...tudo venha a mim...
Que sou grande e tudo suporto
Venham mim os fios entrelaçados de cansaço
Venham a mim as árias crucificadas..e as gargantas roucas de tabaco e álcool
Venham a mim os lobos solitários...marquemos encontro na Lua Cheia
Venham a mim as danças...as mesquitas...as famílias...
E as filhas de família...
Venham a mim os horizontes sem muros em derrocada
Venham a mim os doentes...que sou grande e tudo suporto...
Venham a mim as almas das seduções...e as línguas quebradas...
Venham a mim as filosofias que não sigo...nem entendo...
Venham mim as clareiras do espírito...dancemos...
Dancemos...dancemos juntos...que sou grande e tudo suporto...

Aboliremos toda a fecundidade dos sentimentos

Quando os ecos levantarem do chão as mãos queimadas
Quando a nossa roupa velha florir em príncipes
Quando as paisagens crucificadas ao Progresso ressuscitarem
Quando todas as coisas rebentarem o mundo...numa explosão de tosse...
Convulsa..e as convulsões rodopiarem em encruzilhas errantes...
Aboliremos toda a fecundidade dos sentimentos
Como se eles fossem atributos difíceis de carregar