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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Entro no círculo mágico dos proscritos!

O diabo partiu mas o seu lugar não fica vago...
Inútil ...A indiferença ri ...enquanto o destino lhe faz cócegas
E a íris é como um lago coberto de nevoeiro.
Obscuras e sombrias criaturas vagueiam pelas minhas faces
Analisam a cor do meu sorriso seco...querem saber...
Qual é a coloração tenebrosa das disputas...
E se os cabelos cinza azulado que gesticulam pureza
Não têm também o seu acanhamento...
Perguntam pela iluminação inconsciente e dissecada da fé...absurda...sentimental...
Que pensa que a planície é uma paixão...com ondulações carnais...excêntricas..
E eu...paro o meu passo sem palavras...
Dispo o traje da bondade...essa coisa banal que invoca o sofrimento...parto...
Encho-me de fé prateada...e entro no círculo mágico dos proscritos!

Todo o nosso interior é uma reclusão de sentimentos...

É preciso que algures a se materialize o eco dos sentidos
É preciso que a distância saiba esperar
É preciso devorar o tempo...comer o eco do mar ...
É preciso que as tristezas sejam sintomas de alegria
Que os silêncios sejam prolongados para além de nós
Ah! como o sangue ferve quando sente as gotas da chuva
Como a paisagem muda ao som do bater perplexo do coração
Como parecemos maiores...que as conchas sussurrantes...
Como nos escondemos no silêncio...
Com medo do eco...como se ele fosse as nossas grilhetas do futuro
Cárcere..reclusão..desprendimento...tudo vive dentro de nós
Tudo insiste em ser uma magnífica exibição da realidade
Todos os sentimentos se descarnam do nosso interior
E todo o nosso interior é uma reclusão de sentimentos...

Os homens...


Os homens...esses surdos que vieram do céu impiedoso
Esses sulcadores de águas poluídas e perturbadoras
Essas criaturas que descansam os pensamentos
Nos balcões brilhantes e brumosos do ódio
Que distância vos separa do silencioso presente?
Que enjoo açaimado rompe a palidez de cera dos cépticos?
Que criatura colocariam nos altares se a lua nova fosse brilhante?
Que companheiros salvariam da vegetação excêntrica?
Com que timbre surdo cantariam louvores?
Ai ! Raça Humana.
Ai ! Solidão.
Ai ! Gente de interior dissecado.
Que é feito de vós?

O nosso adversário é o tempo

Imagina que viajas todos os dias à mesma hora sentado no mesmo banco e te diriges para o mesmo local passando pelos mesmos lugares, todos os dias, não sentes que o tempo te fixou àquele lugar parecendo que nunca dali saíste? Como se o tempo tivesse parado inexoravelmente para ti? E quando chegas a casa e comes e te deitas não te parece que nunca dali saíste? Afinal podemos perguntar-nos onde verdadeiramente estamos ? Que sonho vivemos ? Porque coisas verdadeiramente devemos lutar...se o nosso adversário é o tempo, e os dias são apenas uma  ilusão provocada por ele....

Nós somos o dia e a noite

Nós somos o dia e a noite, porque a noite é igual ao dia e o dia é igual à noite, só muda a luz...e nós somos iguais, sempre os mesmos, eternos até morrermos...podemos então perguntar e se não houvesse noite nem dia, e se não houvesse estações do ano e se a vida decorresse imutável, qual seria o tempo da nossa vida? Qual seria o tempo da nossa eternidade?

Piedade! Proclama a superstição

Piedade! Proclamam os dias negros
Perante a constelação do escorpião... que matou Orion
Piedade! Proclamam os homens...
Esses grandiosos seres que saíram do sonho vítreo de Deus
E que vegetam perturbados pela bruma fantástica do medo
Piedade! Proclama a superstição
Que se esconde no repouso húmido das cavernas
E serve apenas para povoar os homens de servidão.

Onde todas as árias...são dúvidas longínquas...

Olham-me... olhos de rubi
Que descansam no cálice metálico dos cemitérios
No azul longínquo corpos astrais e simétricos
Repousam em frente a criaturas sorridentes
Até a paixão... enjoada pelos timbres segredados
Sob pudica castidade sentimental..disputa um lugar para descansar.
Ouve-se o silêncio...até onde penetra o som do barítono
Que ecoa de uma velada ópera orgulhosa e sem cabimento
Onde todas as árias...são dúvidas longínquas...
Que afogo num aquário de fachada...

Queria forçar-me a ser intratável.

Encontrei-me com a incongruência...que... aflita
Procurava os seres que dão palmadinhas nas costas
Agarrava-se a mim..puxava-me a roupa...
Queria forçar-me a ser intratável.
Abri-lhe a porta da rua e libertei-a no céu azul
Voou como um pássaro faiscante numa noite de Inverno
Enquanto as cidades floriam de desgosto...

Queria forçar-me a ser intratável.

Encontrei-me com a incongruência...que... aflita
Procurava os seres que dão palmadinhas nas costas
Agarrava-se a mim..puxava-me a roupa...
Queria forçar-me a ser intratável.
Abri-lhe a porta da rua e libertei-a no céu azul
Voou como um pássaro faiscante numa noite de Inverno
Enquanto as cidades floriam de desgosto...