Espero ansiosamente que a noite se acenda...
Espero ansiosamente que a noite se acenda...porque é nessa hora que também eu me ilumino...
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Espero ansiosamente que a noite se acenda...porque é nessa hora que também eu me ilumino...
A liberdade do homem começará....onde findar a febre do consumismo...
Como um aristocrata
Desapareço debaixo da neve húmida dos teus olhos
Ouço os gritos de socorro expirados pelo meu retrato interior
Que me obrigam a comungar da sua angústia
Não posso zombar dele..uma vez que o acolho em mim
Faço cerimónia com ele...pois é o meu cicerone interior
Ofereço-lhe flores..com uma festiva indiferença...
Ou...como se ele fosse um ressuscitado...
Que eu tivesse visto na véspera de um dia sagrado
Por detrás de uma porta envidraçada e baça
Ou nos tivéssemos cruzado numa rua estreita e escura
E... entre deliciado e vacilante o meu olhar se contraísse
E ele fantástico e inebriante me encostasse à parede
E me dissesse que o nosso coração
Não é mais que uma respiração ofegante de nós!
O seu andar felino e o corpo de veludo roçam-me a pele
A sua imagem é como uma miragem hesitante
Que se fixa no crepúsculo como uma tarde calma
Flutuando...ascende aos meus olhos corados de espanto
E rodopia como uma manhã... pela minha boca...
languidamente sobe pelos meus olhos
Como seda empurrada pela brisa...
Calada e inquieta ...a minha alma... assusta-se de felicidade
E uma esperança indefinível comprime-me o coração
Todo o meu corpo é tomado pela doçura
Todo o meu corpo é tomado pela necessidade..do silêncio!
Que inferno pensais que eu habito?
Que fogo julgais que me consome ?
A mim... que fui heróico e corajoso
Que ouvi pedras a soluçar
Que habitei pesadelos e contei as horas dos tiranos
Eu...que escancarei as portas lassas do meu coração
Para que o inferno entrasse como um novo deserto
Eu...que cortei as pontas à minha estrela de David...
Respondam!
Que fogo julgais que me consome?
Que pestilentos sinais me adoram?
Excessivo...doente..estupor...que fui eu?
Cometi o crime da aventura...rangi os dentes na nova hora
Preguei cânticos ao som do sangue seco
Vi imagens sórdidas de arbustos incendiados pela vida
Vi o Natal na terra e os povos ajoelhados
Mas...como um condenado... e bem condenado...
Amo esta carinhosa vida!
Que inferno pensais que eu habito?
Que fogo julgais que me consome ?
A mim... que fui heróico e corajoso
Que ouvi pedras a soluçar
Que habitei pesadelos e contei as horas dos tiranos
Eu...que escancarei as portas lassas do meu coração
Para que o inferno entrasse como um novo deserto
Eu...que cortei as pontas à minha estrela de David...
Respondam!
Que fogo julgais que me consome?
Que pestilentos sinais me adoram?
Excessivo...doente..estupor...que fui eu?
Cometi o crime da aventura...rangi os dentes na nova hora
Preguei cânticos ao som do sangue seco
Vi imagens sórdidas de arbustos incendiados pela vida
Vi o Natal na terra e os povos ajoelhados
Mas...como um condenado... e bem condenado...
Amo esta carinhosa vida!
Conhecíamos todos os recantos por onde a noite se infiltrava
Igrejas abandonadas ..sebes de jardins e estrelas...
Bebíamos vinho francês nas gares
E o pintor...boémio e sem abrigo...sentava-se na mesa e desenhava...
Cabeças de cavalo...Cristos crucificados...
Que vendia a meninas encantadas pela coroa de espinhos
Comíamos pollo nas calles...de mãos vazias...
Cheias de óleo... que depois de aquecido passava de mão em mão...
Éramos jovens...pouco adoráveis...bichos...
Excessivos porque sabíamos que no dia seguinte
Algum camião simpático...nos levaria a lado nenhum...
As cidades eram todas iguais...só as noites diferiam...
A vida era para nós a lassidão dessas noites escancaradas...
E a rua... encharcada de mistérios molhados pela chuva da primavera....
Era uma fábula sem pesadelos...
É a escravidão de muitos que permite a liberdade de muito poucos...
Guardo em mim as palavras que queres ouvir...e não te as digo...
Guardo-as em mim como se fosse um tesoiro precioso...
Uma planície de prata...uma orquídea azul...ou uma ave do paraíso com penas doiradas
Guardo-as porque elas não podem ver a luz do dia...perdiam o valor...gastar-se-iam..
Mas...quando são mais fortes que eu e querem mesmo sair...estrangulo-as...
Arranco-lhe as asas para que não voem até ti...sou um infanticida das palavras...
Um bandido a cheirar a incenso...um vagabundo de universos fantásticos...
Um sagrado confessor de ilusões...um pedinte a galopar a luz...
Porque as palavras que implodem em mim...
São essa luz sagrada que alumia os meus abismos...