Visto o meu corpo transparente...
Visto o meu corpo transparente...com sagradas vestes opacas
Porque a minha alma sonha com outra carne...
Com outro esqueleto... e com uma vida mais serena...
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Visto o meu corpo transparente...com sagradas vestes opacas
Porque a minha alma sonha com outra carne...
Com outro esqueleto... e com uma vida mais serena...
Não me macem com os vossos suspiros angustiados
Nem com as vossas parvoíces existenciais
Já me bastam os meus venenos e as minhas nuvens
Já me bastam as minhas fúnebres flores encantadas
Os meus joviais desprezos pela caridade
Os meus orgulhos sobrenaturais de mártir
E as minhas estradas enlameadas por audácias cruéis
Agora...quero as minhas carícias e os meus parasitas
Quero a chuva leve a minha infância...que a lave...
Quero abençoar a sobriedade dos pântanos
Quero alterar a luz e o mundo...quero recobrar a razão...
Quero inchar com a sabedoria da ignorância
Quero que o Oriente volte a inventar os homens
E o meu espírito descanse numa doce falta de memória
Por isso...calem os vossos suspiros angustiados
E não me macem com angústias existenciais...
Por onde andas agora... Sartre?
Agora que já tenho os dias eternos e preguiçosos
Que descalcei os falsos prestígios e posso divagar
Agora que os suplícios ignoram o meu espírito
Agora que entreguei a minha mensagem... ao diabo
Agora... só quero que não me macem!
Escondido na penumbra..perscruto esse lugar onde te escondes
Esse lugar sagrado e religioso..onde a vida se separa do corpo
E fica apenas...alma!
E embora pareça que já dissemos tudo
As lágrimas nas faces testemunham antigos fantasmas
Sentámo-nos transversalmente... acanhados...
Na mesa perto do piano...
Absorvemos aquele momento...
Como se fosse um berço onde renasciam sentimentos
Ou...quedas de águas desfeitas em pedacinhos...de nós...
Que nos contaminavam os cabelos e o peito
E formavam lagos profundos nos ombros arqueados
Ávido de ti...o meu olhar esquece o meu corpo...e vai...
Ébrio...inofensivo como um religioso do Tibete
Sobe os degraus de pedra que sustentam o teu altar...
E... ritualmente deslumbrado pela tua luz...
Todo o meu ser empalideceu perante a tua beleza...
A política não se deveria meter na educação, os seja, a educação deveria ser independente da política. As políticas de educação e os programas deveriam escolhidos por professores,e não por ministros,deste modo os alunos seriam preparados por professores activos na escolha desses programas, professores que deixariam de ser meros divulgadores de conteúdos. Por outro lado, os pais quase nada ensinam aos filhos, as tradições familiares estão a morrer porque a educação das crianças, quase toda ela é transmitida por terceiros, os próprios pais não estão preparados para educar os filhos, abdicam desse esforço, além disso o papel da escola deve ser o de fazer com que o aluno descubra o mundo e não o de macaquear o mundo, é à criança que compete descobrir um mundo virgem para ela, e aos pais e à escola compete dar-lho a conhecer, não impor-lho.
"para que uma nação seja livre, basta que queira sê-lo" Lafayette . O que temos hoje em Portugal é lideres que não querem ser livres, ou pior, que não querem sequer tentar ser livres...
Gosto que os outros partilhem comigo as suas dúvidas... e guardem para si as suas certezas...
Ilustro a minha imaginação com a meia-luz da rua
O meu quarto é uma câmara escura...
Onde flores solitárias enfeitam as paredes
E a minha alma se desnuda...transparente!
Homem...constrói a tua igreja, escreve as tuas orações... tu não és menos que Deus...
Levantei os olhos e busquei-te em símbolos obscenos
Procurei-te em emoções desconfortáveis
Como um enfermo estúpido e irreflectido.
Para esquecer as radiografias monótonas da vida
Perfumei a tua atmosfera com risinhos de alecrim
Desenhei os teus olhos castanhos com brilhos de risonhas pérolas
E fiz corar as almas discordantes...imaginei-te apenas...
Construí a tua imagem com pormenores metódicos e interessantes
Imaginei-me um cavalheiro fantasma a delinear o teu regaço
Enquanto o teu corpo nu posava numa atitude de abandono
Para a minha imaginação emocionada...
Quando escrevo... é a ti que escrevo
Quando olho... não é a ti que vejo
Tu és a galáxia incandescente
Que seca a minha boca antes do beijo
Imagino as tuas coxas sorridentes
A tua vulva negra onde me enterro
O teu pescoço nu onde cravo os dentes
Como um abrigo onde lanço o ferro
Viveria para sempre no teu útero
Alimentado a sementes de alfazema
Tu farias do teu corpo... o meu escudo
e eu faria do teu corpo ...o meu poema.