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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Como cavalos selvagens...em prados ardentes.

Lavo a minha alma branca...no fel da claridade..
Disfarço-me de Deus moribundo...pinto-me de elegância
O universo volta-se para mim... e mostra-me o seu rosto...feito de irrealidade
E o espelho mágico... num desespero infinito...reflecte na minha face...
As emoções violentas...que me correm nas veias...
Como cavalos selvagens...em prados ardentes...
Onde o meu corpo arde como uma vela...escorrendo sangue...
Depois...um sorriso malévolo...coroa os meus lábios... ingénuos
Tristemente vejo as coisas vulgares...servidas com requinte...
E espíritos ávidos de existir...em recepções de cristal...
Que são como folhas caídas...coradas...pintadas de desilusões...
Valha-nos a arte... e o vinho...
Escorrendo sofregamente...dos seios de Afrodite...
Para a minha boca ávida... de doce Vida!

Onde vive o peito luminoso e largo...

Prendo a noite entre as pálpebras...
Enquanto descanso o olhar sobre os telhados
Vivo com aversão às recordações...e porque o meu navio balança mudo...
Um vago sentimento soltou amarras do meu coração e..ocioso...cioso..
Corre agora no meu sangue à procura da saída
Atravessa avenidas....de poemas...profundos...estridentes...
Tenho medo de o deixar cair...partir-se-ia...
Vitrificado em pequenos pedacinhos...
A lama negra...da rua tenebrosa... engoli-lo-ia...
E ele... não acordaria para a existência...
Mas..eu quero mostrar-lhe onde mora a nostalgia
Onde repousa a harmonia profunda da felicidade
Onde vive o peito luminoso e largo...
Em que a volúpia delirante clama por espaço
Onde ardente e belo...esse pequenino sentimento...
Se encontre...com o vermelho escuro do delírio....

Serei leve...

Um dia...terei a paz dos que enxugaram as lágrimas...
O inferno ser-me-á concedido...terei Cristo como companheiro
Serei poupado às lágrimas ..que ninguém por mim chorará
Serei poupado a todos os imbecis...límpidos de mácula
Terei um relógio a lembrar-me a hora da loucura...e um caixão cheio de inocência
Não carregarei os fardos dos maníacos...nem dos paraísos...
Transportarei a vertigem da transgressão...e o conforto será o meu castigo...
Caramba...quero apreciar a minha viagens de núpcias com o mundo...
Quero brincar aos prisioneiros...aos maníacos...aos desprezados...
Detesto a caridade ...por isso..flutuem longe de mim...obscenos santos..
Desprezarei os angélicos ideais...rebuscarei no fundo dos antigos eremitas
Representarei a farsa dos corações sensíveis...voarei...
Só peço que me emprestem a vertigem...caso não encontre a minha
Porque desci os degraus que conduzem à falta de senso...
E...porque quero atirar sal...sobre os conformados...
E convertê-los... no mar em chamas.
No inverno... percorrerei as estradas descalço...
Trotarei como um fogo nas têmporas...rolarei como um sol...
E o meu chicote estalará sobre as costas dos honrados...
Serei leve...

Nada se distingue nos prados austeros...

Entras nos meus olhos...
Como se fosses um despenhadeiro silencioso...numa noite estrelada
Ou uma janela cheia de céu...numa imensa noite serena...
Placidamente mergulho na tua auréola... como uma ave negra...recortada na lua branca...
E o teu marulhar de ondas suaves...consome-se no silêncio dos teu passos...
Nada se distingue nos prados austeros...mas os teus pés nus ficaram marcados...
Na erva pisada...
E os meus...dormentes de encantamento...
Evitam tocar o céu...

Nada se distingue nos prados austeros...

Entras nos meus olhos...
Como se fosses um despenhadeiro silencioso...numa noite estrelada
Ou uma janela cheia de céu...numa imensa noite serena...
Placidamente mergulho na tua auréola... como uma ave negra...recortada na lua branca...
E o teu marulhar de ondas suaves...consome-se no silêncio dos teu passos...
Nada se distingue nos prados austeros...mas os teus pés nus ficaram marcados...
Na erva pisada...
E os meus...dormentes de encantamento...
Evitam tocar o céu...

Assemelho-me a um David contra... a Vida...

Uiva sobre mim o desencanto do navio atracado
Represento nu... neste teatro de falsa gente honesta
Sou um ocioso de sorriso largo e vestes calmas
Um sinistro palavroso...indiferente...que bebe a luz...
Gosto de paisagens largas e de encantos tímidos
Jogo a felicidade de encontro ao sono...acordo-a...
Não me interessam as carapaças... nem os capitais...nem as capitais...
O meu encanto é julgar o Diabo...trocar-lhe as voltas...azucriná-lo...
E depois...placidamente...encantar-me pela beleza das águas calmas
Perder ou ganhar é da minha natureza
Assemelho-me a um David contra... a Vida...
Sou um gigante da linguagem...muda...
Que amo tudo o que estranho...
E esqueço tudo o que conheço!

E tu...com os olhos fitos nas desilusões...

Disfarcei-me de espírito e caminhei sem rosto
Libertei-me do meu corpo pintalgado de existências moribundas
Visitei-te sorrindo...acariciei as tuas profundezas
E saí...devagarinho...
Mas... tinha instalado a minha semente na tua imaginação
Os céus disseram que estava louco...
Os ares diziam que tinha bebido a liberdade
E a lua ...estendeu-me o seio branco para me consolar
Mas eu...que ainda não me levantara da mesa da vida
Que ainda queria beber avidamente do seu cálice
Sussurrei-te as minhas magnificas mágoas...
E tu...com os olhos fitos nas desilusões...
Bebes-te também... a minha carne...