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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Renovados em infinitos desencontros...

Num dia que não sabemos...virá de surpresa...
Como uma visita estrangeira...ou como um escândalo raro...
A grande flor dos bosques...
O pensamento radioso...o céu dourado....o mar ...
Os dias trarão brilhantes luzes...que pousarão em veludos enferrujados...
O êxtase brotará... violento e selvático..
Vestindo a máscara diáfana e de olhos suaves...das ninfas ardentes...
Nesse dia...vogaremos sobre sombras...inspiraremos ascos...seremos pequenas coisas...
Como se existíssemos...para lá de todas as luzes...
Para lá de todos os temores...para lá de todas as volúpias …
Renovados em infinitos desencontros...
Procuraremos nas belezas...turvas...sem nome...
Todas as dores físicas ... de grandeza efémera e inebriante...
O horror será uma banalidade carnal...
Criada por uma Deusa despida...
Com as belas nádegas ardentes de pecado...procurando o seu Deus salvador...
Que vive dentro de um génio enfeitiçado..que bebe o ar da noite...
Em atmosféricos copos ...feitos de corpos em fogo...

Passo em revista os meus incómodos...

Emito um longo sorriso forçado...que retiro de uma caixa de lacre chinês...
E depois de almoçar...visto duas mãos imensas...
E vou para o terraço apertar os sapatos...
Sigo depois pela estrada de macadame em direcção ao chapéu de coco...
Que pendurei na palmeira grande...plantada à entrada da minha boca...
Coloco depois o meu grande nariz azul sobre uns olhos lacrimosos..
Que se sobressaltam... enervados pelo cumprimento fastidioso do meu fato multicor.
Vou trauteando um verbo... e enquanto peço a bênção para a minha digestão
Convido-me a sentar sob os braços do carvalho centenário...
Passo em revista os meus incómodos...
Faço uma cerimónia em minha honra...sem formalidades...
E vejo passar uma donzela castanha que vai deixando atrás de si um rasto de cinza rosa
Saboreio a minha língua que passa pelo céu da boca a fugir atrás de um cometa
E que oferece o seu tempero à flor de laranjeira...húmida...
Depois...como que recomendado por um raio fulminante...
Encosto as minhas preocupações ao vapor da transpiração...
Que ofegante se pensa demasiado esbelta para estar ali...
Por isso... ao pé coxinho... parto para dentro das minha costelas....

O aroma próximo...da tua ternura...


Pudesse eu ser invisível ...e percorreria o teu olhar...
Como um romance leve...lido numa tarde chuvosa de inverno
Ou como uma ave nocturna que raramente espreita o dia
E passa a noite pousada num crisântemo azul...
Onde as chuvas de Novembro não chegam...
E os mimos são como mágoas... que convidam a alma para farejar no mar distante...
O aroma próximo...da tua ternura...
Dessa ternura que é como um grito da âncora que se ergue das profundezas
E se agita na direcção da bruma...
Que... assaz confundida pelas vagas promessas...feitas pelos teus lábios salgados
Chega até mim...com um encantamento de flores impacientes...
E irresistíveis...

Do amor...não ouviram falar...

Foi inaugurada a nova fábrica...que produzirá homens desdobráveis
Homens com colunas nos ombros e movimentos suspeitos nas ancas...
Preferencialmente na presença de mulheres...
Esses homens...irreversíveis...como aparos de canetas de tinta permanente...
Permanecerão atados a um farol...que iluminará as asas partidas dos milhafres...
Serão depois embrulhados...como os pés dos cavalos...e enviados para as montanhas...
Com um toucado de penas de javali...e instalados junto a um leão..
Que permanece calado como um cais...e exala um brilho soluçante.
Do amor...não ouviram falar...ignoram as suas chaves e as fendas profundas...
Vestem a sua viuvez com trapos de pó de talco...
E... depois... seguem em grupos de cinco...para o forno comunitário da cidade em ruínas
O seu avançado estado de coma ...trás-lhes a paz...
E... boiando no vento... lavam a cara nas fontes secas do martírio...
Esquecidos dos tempos em que eram absolutamente reais....

Do amor...não ouviram falar...

Foi inaugurada a nova fábrica...que produzirá homens desdobráveis
Homens com colunas nos ombros e movimentos suspeitos nas ancas...
Preferencialmente na presença de mulheres...
Esses homens...irreversíveis...como aparos de canetas de tinta permanente...
Permanecerão atados a um farol...que iluminará as asas partidas dos milhafres...
Serão depois embrulhados...como os pés dos cavalos...e enviados para as montanhas...
Com um toucado de penas de javali...e instalados junto a um leão..
Que permanece calado como um cais...e exala um brilho soluçante.
Do amor...não ouviram falar...ignoram as suas chaves e as fendas profundas...
Vestem a sua viuvez com trapos de pó de talco...
E... depois... seguem em grupos de cinco...para o forno comunitário da cidade em ruínas
O seu avançado estado de coma ...trás-lhes a paz...
E... boiando no vento... lavam a cara nas fontes secas do martírio...
Esquecidos dos tempos em que eram absolutamente reais....

Ergo-me lentamente sobre os estremecimentos..

Ergo-me lentamente sobre os estremecimentos..
Que invisíveis... como subúrbios sem vida...
Cujos movimentos aspirais...Como os das fogueiras...
Que sugam o ar puro que nos rodeia...
E que sorvem o nosso corpo...como soluços embrulhados em carne dorida
Fazendo-nos reencontrar... com o brilho do amor...
Ignorado...

Caímos aparatosamente...como fumo ondulante...

Moldamos a vida numa pasta de cores...
Umas suaves e silenciosas...outras sujas como canais
Moldamo-la em batalhas teatrais...
Como se fossem quadros de luzes esmorecidas
Que contam... passados quotidianos e lagoas encantadas...
Pintadas em ruas e praças vazias...onde os nossos pés... vibrantes ...ruíram
Pintamos lábios embaciados...por batons de ouro em pó...
Lábios que beijam encantos secretos...depositados sobre cetim negro
Que... como casas que se erguem em andares infinitos
Brincam ao sol... que se escoa pelas vielas estreitas
Somos mundos...praias e aldeias à beira mar...
Evaporando-se diariamente em direcção ao céu...
E...quando atingimos o andar mais alto...
Caímos aparatosamente...como fumo ondulante...
Que segue...levado aos ombros ...por uma multidão de gatos pingados...

É então tempo de procurar nova luz....

Em ti repousa o meu espírito...
Porque o amor escapa à banalidade das pequenas coisas
O amor não é uma honraria que usemos na lapela
Mas um escândalo...criado pelo génio da volúpia
O amor é composto pelo luxo ardente e tenebroso...inebriante e aristocrático
É feito de ambiciosas recordações... de feitiços poéticos
E pela profunda e imensa felicidade...contida em algo tão vago...
Como um uivo numa noite tímida...
O amor é aço...gato de luxo...ardência e estridor...
Um belo navio onde navegamos..como numa peça de teatro...
Sim...o amor também é teatro e fadiga...
Desregramento e falta de discernimento
Delírio espelhado num desenho arabesco...
O amor é a auréola que nos prende ao espaço...onde o outro existe...
Vazio de nós...prelúdio de gemidos...aversão às águas calmas...
Nada é calmo no amor....tudo arde em nós ...tudo atroa o nosso sentir..
Como uma diluição no fogo profundo...ou um gigante que bebe a nossa luz...
Ou até como um buraco negro... onde indiferentes mergulhamos o coração...
Mas... também há mal... no delírio de amor...
Porque ninguém pode viver sempre sobre brasas...
Ninguém pode viver como um sonâmbulo...
Paraíso e inferno...são amor...
Os dias enfeitiçados são amor...a electricidade é amor...
Mas...se fatalmente as trevas caírem sobre ele...
É então tempo de procurar nova luz....

É então tempo de procurar nova luz....

Em ti repousa o meu espírito...
Porque o amor escapa à banalidade das pequenas coisas
O amor não é uma honraria que usemos na lapela
Mas um escândalo...criado pelo génio da volúpia
O amor é composto pelo luxo ardente e tenebroso...inebriante e aristocrático
É feito de ambiciosas recordações... de feitiços poéticos
E pela profunda e imensa felicidade...contida em algo tão vago...
Como um uivo numa noite tímida...
O amor é aço...gato de luxo...ardência e estridor...
Um belo navio onde navegamos..como numa peça de teatro...
Sim...o amor também é teatro e fadiga...
Desregramento e falta de discernimento
Delírio espelhado num desenho arabesco...
O amor é a auréola que nos prende ao espaço...onde o outro existe...
Vazio de nós...prelúdio de gemidos...aversão às águas calmas...
Nada é calmo no amor....tudo arde em nós ...tudo atroa o nosso sentir..
Como uma diluição no fogo profundo...ou um gigante que bebe a nossa luz...
Ou até como um buraco negro... onde indiferentes mergulhamos o coração...
Mas... também há mal... no delírio de amor...
Porque ninguém pode viver sempre sobre brasas...
Ninguém pode viver como um sonâmbulo...
Paraíso e inferno...são amor...
Os dias enfeitiçados são amor...a electricidade é amor...
Mas...se fatalmente as trevas caírem sobre ele...
É então tempo de procurar nova luz....

Adorei a luz que... ao cair da tarde...

Adorei a luz que... ao cair da tarde...me embalava a alma
Beijei-lhe as mãos sem lhe tocar nos raios ultravioletas
Convidei-a para cear no meu palácio de inverno
E limpei o meu rosto com prazeres...para que ela não se inquietasse...
Com a visão das minhas mágoas...