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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Navegando em vagas e trémulas melodias

É quando o tempo pára e o dia se torna oco
E a mágoa viaja como a tristeza... nos braços de um violino
Que sinto todo o peso da alma cair-me sobre os ombros.
É como se eu fosse uma aldeia abandonada
Navegando em vagas e trémulas melodias
Que viajam para as caprichosas profundezas
Alimentando as distâncias que me separam deste amontoado de ruínas
Não quero saber de crueldades ou dignidades
Quero voltar a ser a criança que inventava as suas brincadeiras
Fechado no quarto...sozinho e afastado de tudo!

De que cor seria feita a nova vida?

A lua nova...a alma cheia...o vagido suspirante dos corpos
A palavra sem sentido nem maioridade...o vulgar...
Mortos os ecos...restam as frases e as letras...fundidas em silêncios
As sombras...adoram a luz...são feitas pela luz
E os metais fundem-se em ligas...
E nós?
Se fosse possível a nossa fundição...afundação no outro...
Como seríamos..um feito do outro...o outro feito de nós...
Ligados como o bronze...o cobre com estanho...
De que cor seria feita a nova vida?

Quero amores festejados em lagos imensos

Eu sei que o caos se vai abrir em fogo
Sei que nos estertores da noite as minhas imprecações amorosas se vão assustar
Sei que me crivarei de espinhos e que perderei as penas que enfeitam o meu telhado
Mas nada me acalmará...
Nem as minhas mãos que amassam o sol e o transformam numa bola de gelo
Nem a vassoura que escondo atrás da porta para vaguear
Nem os tristes copos de cristal pelos quais bebo o chumbo a ferver
Mas..não renegarei nada...
Não me queixarei de nada...
Sou o único culpado pela minha inocência
Sou o único culpado por ter quebrado a minha estrela...amaldiçoada
Sou o único culpado por ter bebido segredos de sangue
Que me roem como bandeiras ao vento
E ter usado colarinhos que me couraçavam a vergonha
Que a tapavam...como mãos sobre lábios sem espaço para beijos
Mas eu quero beijos...quero olhos...paz...corpos...
Quero amores festejados em lagos imensos
Quero noites solares...quero enjoar-me de ruas e passeios
Onde as camas se precipitam num vai-vem ocasional
E os lençóis engomados gemem de aflição...
Perante um relógio de pêndulo....Parado de estupefacção...
Pela nossa incandescência!

Quero amores festejados em lagos imensos

Eu sei que o caos se vai abrir em fogo
Sei que nos estertores da noite as minhas imprecações amorosas se vão assustar
Sei que me crivarei de espinhos e que perderei as penas que enfeitam o meu telhado
Mas nada me acalmará...
Nem as minhas mãos que amassam o sol e o transformam numa bola de gelo
Nem a vassoura que escondo atrás da porta para vaguear
Nem os tristes copos de cristal pelos quais bebo o chumbo a ferver
Mas..não renegarei nada...
Não me queixarei de nada...
Sou o único culpado pela minha inocência
Sou o único culpado por ter quebrado a minha estrela...amaldiçoada
Sou o único culpado por ter bebido segredos de sangue
Que me roem como bandeiras ao vento
E ter usado colarinhos que me couraçavam a vergonha
Que a tapavam...como mãos sobre lábios sem espaço para beijos
Mas eu quero beijos...quero olhos...paz...corpos...
Quero amores festejados em lagos imensos
Quero noites solares...quero enjoar-me de ruas e passeios
Onde as camas se precipitam num vai-vem ocasional
E os lençóis engomados gemem de aflição...
Perante um relógio de pêndulo....Parado de estupefacção...
Pela nossa incandescência!

Dizem que as coisas procuram quem as ama

Dizem que as coisas procuram quem as ama, e que não somos nós a querê-las mas que são elas que nos querem. Vem isto a propósito do meu gosto e ternura por coisas antigas. Andava há muito tempo a ver se encontrava um cântaro de metal daqueles que eram utilizados nas aldeias para ir buscar água à fonte, encontrava muitos em zinco, mas o que eu queria era um de latão, que são muito mais raros. Certo dia numa visita a uma aldeia entrei numa casa( não sei porquê,mas algo me chamou) que estava em ruínas, o chão de madeira tinha abatido, o telhado estava decrépito e uma parte tinha desabado, espreitei e vejo a um canto, sobre uma mesa carcomida pelo caruncho...um cântaro de latão tão bem conservado que não hesitei e trouxe-o...era o meu cântaro...e ele tinha-me escolhido...mas a verdade é que me acontece o mesmo com pessoas, em certas alturas, e no momento próprio aparecem na minha vida...

Já ninguém se incendeia...por amor...

Já ninguém busca os caminhos lentos...das paisagens
Já ninguém procura a companhia... das pedras
Já ninguém se incendeia...por amor...
É o vácuo...a noite suja...a vergonha reprimida...
A membrana macabra...a flor inexótica...que enfeita uma ópera negra
Porque já ninguém escuta as flores que dizem poesia à lua...
Já ninguém se banha no lago onde cintilam estrelas
Surdos...sois surdos...é o que vos digo...
Surdos e bandidos...de vós mesmos..sem mercês nem flores nas mãos
Presos a galhos e a fios negros...marionetas com as goelas sujas
E ossos com escaras...
Quero correr-vos a pontapé...rir-me das vossas nódoas negras...
Fazer do vosso crânio a minha taça...beber-vos...
Quero ser a electricidade que vos dá choques na carótida
Quero juntar todas as vossas abjecções...uni-las como um colar de pérolas
E pô-las ao vosso pescoço...como uma trela abjecta...
Ai gentes castradas...vermelhas de fidelidades... reprimidas
Zarolhas e esventradas pelos punhais das angústias
Que certeiras vos apertam o coração...
Libertai-vos disso...já...tirai esse fato escuro que vos aperta...
Dançai nus.. na rua...olhai os animais...
Onde pensam vocês que eles escondem as vergonhas?
Onde pensam vocês que eles digerem o amor?
Não! Eles não habitam a grutas tenebrosas do Homem
Eles são aqueles homens...livres...que os homens que não são livres...
Passeiam pelas ruas com uma trela...

Os pais modernos não despertam nos filhos o gosto pelas artes...

 


Hoje em dia os pais dão aos filhos computadores, tablets, telemóveis de última geração, mas não despertam os filhos para as coisas que realmente são importantes, as artes e a natureza...
Digo isto porque vivem incrustadas em mim, tão naturalmente como o sangue que me corre nas veias ou o ar que respiro duas paixões, uma pela natureza, outra pela arte e ambas por influências dos meus pais. Do meu pai recebi a amor pela natureza, dávamos longos passeios pelo campo e ele conhecia todos os nomes das ervas e das plantas e de todos os pássaros, conhecia-os pelo cantar sabia quais eram os pintassilgos, verdelhões, tentilhões, taralhões, cartaxos,pardais, mostrou-me mochos e corujas, enfim sabia tudo sobre os animais e as plantas do local onde vivíamos. Da minha mãe ficou-me o gosto pela arte, ela gostava de pintura, não que percebesse de romantismo, renascentismo, pontilhismo, cubismo,impressionismo, surrealismo,ou abstracto , não, ela gostava da cor e da forma e influenciou-me, viciou-me na pintura. Mas a maior marca que ela me deixou foi a poesia... que dizia para mim, dizia-me poemas que já não recordo, nem sei se na altura os percebia, mas o que me deixou uma marca indelével foi a musicalidade das palavras e a beleza da dicção...hoje ler poesia ou escrever, ou passear na natureza, é atingir aquele ponto em que levanto os pés da terra e só vejo céu...e tudo graças às coisas que aprendi com os meus pais na infância...

sonhos verdadeiros

Tive um sonho com palavras, um sonho verdadeiro, nesse sonho, as palavras estavam todas desencontradas e eu vasculhava aflitivamente nelas, procurando a palavra,( que não sei qual é), que te levaria como se te entregasse uma flor, ou o meu coração....e tu abririas o teu sorriso...só não sei a palavra que dirias....