Mostra-me esses olhos que se agitam no fundo de um mar negro
Sou o guardião da tua caixa dos segredos
Recito verdades pela manhã e tenho olhos profundos à noite
Viajo como um bicho sem graça pelos versos quentes e doces
E exalto a luz ávida pela escuridão das palavras impronunciáveis
Vivo num miradouro que procura os teus olhos assediantes
Como os caprichos encantados de uma tentação salgada
Onde os vastos desejos proibidos fumegam como cachimbos de água.
Mostra-me esses olhos que se agitam no fundo de um mar negro
Como se fossem coisas nossas... e que gritam longamente pelos vestígios da mágoa
Reunamos então as orquídeas espalhadas pela desesperança
Num enorme ramo de mistérios aspirados pelo coração
E que um dia....talvez...
Requintadamente... enfeitem o nosso misterioso aperto na alma...