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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Mostra-me esses olhos que se agitam no fundo de um mar negro

Sou o guardião da tua caixa dos segredos
Recito verdades pela manhã e tenho olhos profundos à noite
Viajo como um bicho sem graça pelos versos quentes e doces
E exalto a luz ávida pela escuridão das palavras impronunciáveis
Vivo num miradouro que procura os teus olhos assediantes
Como os caprichos encantados de uma tentação salgada
Onde os vastos desejos proibidos fumegam como cachimbos de água.
Mostra-me esses olhos que se agitam no fundo de um mar negro
Como se fossem coisas nossas... e que gritam longamente pelos vestígios da mágoa
Reunamos então as orquídeas espalhadas pela desesperança
Num enorme ramo de mistérios aspirados pelo coração
E que um dia....talvez...
Requintadamente... enfeitem o nosso misterioso aperto na alma...

Coincidências......

Há uns anos atrás fui visitar as gravuras rupestres de Foz Côa, quando estava em frente delas veio-me à memória uma analogia e disse ao guia: - curioso parecem gravuras feitas por Picasso! Ele respondeu: sabe o que disse Picasso quando viu gravuras rupestres? Não, respondi! Pois foi apenas isto: finalmente encontrei o meu mestre!

Para não acordar os medos sorridentes

Por detrás do espelho baço das palavras ergue-se um céu estrelado
Onde se espelha um semblante excessivo que despede chispas inflamadas
Chispas ruborizadas e terríveis que se bebem com enorme lassidão
Porque trazem amor escondido na sua voluptuosidade
E são como cravos vermelhos cravados em degraus de pedra
Que temos que subir...pé-ante-pé...silenciosamente...
Para não acordar os medos sorridentes
Que dormem em vasos feitos de sonhos encantados e cheios de Primaveras
De onde sopra um odor fresco a hibiscos floridos...
E que colocamos como mastros altaneiros sobre a alvura do peito
Anunciando como os repuxos nos lagos...
O nosso amor!