Uma pequena réstia de sonho!
Sopra a brisa que se contorce nas sombras
Procurando na profunda palidez dos corações
O bater pungente de um milagre
Um milagre que esplêndido se erga sobre a lua
Um milagre desinquietado e sensível como um sonho...
Vestido com uma profunda e pungente luz anilada
Que transfigurada pela palidez macerada do poente
Grite doces desesperos às árvores luminosas
Grite pelas luxúrias dos corpos suados
Grite pelas faces abençoadas
E pelos corações embaciados pelo baço das bocas
Ai barcos sem ancora que vogais à deriva...
Quem somos nós? Senão a mistura de barcos com deriva
Ai... céus sem portas...ai...céus incontidos...
Caindo a pique sobre o nosso coração degradado
Ai ..árvores com as raízes enterradas no nosso corpo
Sugando-o para que os troncos e as miragens vivam...
E as suas copas estiradas sobre o mar
Reflectindo em pensamentos claros e amorosos
Vão esperando...esperando sempre...
Que chegue à nossa voz assombrada...
Pelas sombras reclinadas sobre a nossa alma
Uma pequena réstia de sonho!