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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

A plateia está deserta!

Bebemos pelo árido cálice o espectáculo trágico da vida
Secos e poeirentos vales nos procuram
Somos personagens-poeira numa tragédia prodigiosa
Procuramos o espelho que nos mostre a perfeição da alma
Mas ela não tem forma nem perfeição...
Somos eternamente construção-destruição
Somos espectros de animais...larvas ainda em crisálida...
Tememos o cenário que o nevoeiro esconde
E as figuras que o sol criará na hora da ceia nocturna
Procuramos incessantemente os Lázaros que ressuscitarão dos sepulcros luarentos
Perguntamos em que imensos cemitérios nos acolherão nos céus
Enchemos folhas de papel com odes apagadas
Tudo isto porque não podemos contemplar...
O riso incandescente dos anjos negros!
Tragédias...orgulhos...nada...
A plateia está deserta!

Volto-me para o sol que me cura a sede

Quando os teus lábios já não me contam histórias
E o teu coração já não persegue os meus passos
E com o teu calor já não derreto o meu sofrimento
Agora que os meus pés já não passeiam na tua paisagem
Volto-me para o sol que me cura a sede
Tacteio as rugas que me falam de universos que se abatem sobre mim
E sinto um espicaçar na alma ainda verde da tua presença
Que pressinto no choro da desarmonia imensa da solidão.

Era a noite a enganar-nos!

Não...não era confusão...eram olhos...palavras...sol...
Era todo o planeta a ser apagado naquele lago virado ao sul
Era um universo dentro de uma palavra...impronunciável...secreta...
Era a contemplação de um sonho errado...mal percebido...
Murmurado no escuro denso da nossa história...sem história...
Não...não era confusão...era vergonha...fogos fátuos...lua...
Era o pôr-do-sol a fazer a nossa cama...sonolento...boquiaberto
Era a realidade afundada em chamas murmuradas
Através de vidros afundados em duas agonias...
Eram incertezas...penumbras...auroras sem tamanho...boreais...
Eram sons exóticos...que apenas nós contemplámos com braços tardios
Não...não era confusão...
Era a noite a enganar-nos!

Era a noite a enganar-nos!

Não...não era confusão...eram olhos...palavras...sol...
Era todo o planeta a ser apagado naquele lago virado ao sul
Era um universo dentro de uma palavra...impronunciável...secreta...
Era a contemplação de um sonho errado...mal percebido...
Murmurado no escuro denso da nossa história...sem história...
Não...não era confusão...era vergonha...fogos fátuos...lua...
Era o pôr-do-sol a fazer a nossa cama...sonolento...boquiaberto
Era a realidade afundada em chamas murmuradas
Através de vidros afundados em duas agonias...
Eram incertezas...penumbras...auroras sem tamanho...boreais...
Eram sons exóticos...que apenas nós contemplámos com braços tardios
Não...não era confusão...
Era a noite a enganar-nos!

Como se fosse um ritual orgânico...

A maré enche...o céu cinza chumbo mergulha o rosto no rio
Confundindo-se num absoluto cinzento
Mesmo à minha frente...
Um corvo marinho mergulha incessantemente na procura de alimento
E eu...mergulho com ele levando o teu silêncio aconchegado no meu peito
Como se fosse um ritual orgânico...
Ou uma dança desarmónica trazida pela distância...