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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Reluz...reluz...reluz …

Diz-me que dúvidas sopram gélidas pelo bosque do teu corpo
Diz-me que angústias te recebem no arrepio da pele
Diz-me que quereres reluzentes anseias no ar suspirante
Se não sabes ...a ti te digo....
Dispersa os teus medos como um vento louco
Agita os teus ramos contra as sombras..afasta-as...
Esvoaça pelos  flagelos da tua alma
Como se fosses um papagaio de papel transparente
Abre-te à vida como o pavão abre a cauda magnificente
Concentra o teu ser nesse centro maravilhoso onde incide a luz
Não ardas num inútil fogo fátuo...
Reluz...reluz...reluz …
Como se fosses um caminho iluminado pela lua cheia
Ou um maciço matagal de emoções
Um jardim...uma praia...um bosque...
Recorta as tristezas e cola-as num espelho
Olha para elas...bebe-as...assimila-as...
Depois...deixa-as dispersar numa rajada de gorjeios palpitantes
Põe-nas em debandada..ou atira-as à espuma branca
Não flageles a tua luz suave com lápides sem nome
Adeja no ar como as andorinhas cujas asas assobiam ao vento
E não feches o teu coração como se fosses uma mão fechada
Chora se queres...mas...olha que a fina cor da melancolia
É como uma matiz esvoaçante...uma eterna ausência...
Ou uma pena de pássaro raro...caída no beiral da tua janela...
E que te fará lembrar... das coisas que fazem tremer o coração!

Caem do meu rosto pétalas cansadas....

Caem do meu rosto pétalas cansadas...
Como se nascessem de um coração com dúvidas
Tiritam imperfeitas e geladas...
Como se a ausência da mão que as rega fosse um fogo intransponível
Em que súbitos aromas terei que despertar?
Com que cardos terei que cobrir o meu corpo?
Com que mãos terei que punir a alma ?
Que delírios esquecidos terei que percorrer?
Que fumos espessos terei que atravessar?
Não sei...os beijos partem claros e ardentes...sem retorno...
As lembranças lutam contra o impenetrável aroma do teu perfume
As minhas mãos exalam o perfume do teu corpo
As horas lembram-me continuamente o vazio ausente
Mas... às vezes...subitamente....
O teu olhar aparece mascarado... fantasma..mas um fantasma de gelo
Um desses fantasmas feitos de um gelo fugitivo...
Que se derrete ao meu olhar...
Aspiro então demoradamente o ar...como um lobo delirante
Pode ser...pode ser que uma súbita chama irrompa como um géiser
E tu ...venhas sentada no cimo...acenando-me...
Caem do meu rosto pétalas cansadas....
Como se nascessem de um coração cansado...
De te imaginar!

Caem do meu rosto pétalas cansadas....

Caem do meu rosto pétalas cansadas...
Como se nascessem de um coração com dúvidas
Tiritam imperfeitas e geladas...
Como se a ausência da mão que as rega fosse um fogo intransponível
Em que súbitos aromas terei que despertar?
Com que cardos terei que cobrir o meu corpo?
Com que mãos terei que punir a alma ?
Que delírios esquecidos terei que percorrer?
Que fumos espessos terei que atravessar?
Não sei...os beijos partem claros e ardentes...sem retorno...
As lembranças lutam contra o impenetrável aroma do teu perfume
As minhas mãos exalam o perfume do teu corpo
As horas lembram-me continuamente o vazio ausente
Mas... às vezes...subitamente....
O teu olhar aparece mascarado... fantasma..mas um fantasma de gelo
Um desses fantasmas feitos de um gelo fugitivo...
Que se derrete ao meu olhar...
Aspiro então demoradamente o ar...como um lobo delirante
Pode ser...pode ser que uma súbita chama irrompa como um géiser
E tu ...venhas sentada no cimo...acenando-me...
Caem do meu rosto pétalas cansadas....
Como se nascessem de um coração cansado...
De te imaginar!

Sou levado pela corrente....

Não sei se diga que o homem é Deus
Não sei se diga que o homem é um escândalo de Deus
Não se diga que o homem é um louco liberto das grilhetas da razão
E que pode caminhar às arrecuas do tempo
Não sei se diga que a alma tem perfume...e a lama tem mãos...
E que a memória é carregada de ácidos suaves
E de sorrisos...e de elegâncias...e que tem os olhos fitos na avidez do prazer.
Celeste é o leite que temos que beber
Requintado é o sorriso que temos que sonhar
Fortificantes são as desilusões parecidas com a verdade.
Moribundas...moribundas são as suaves luzes do Universo...
que como fios de seda nos ligam ao seio materno da Vida
Existimos...fortes...ávidos...magoados...às vezes...
Mas também estendemos mãos às recepções calorosas do coração
Mas também libertamos odores amigos e ternura nos gestos
Mas também pintamos... crédulos templos ao ar livre
Sim! Templos ao ar livre...
Não esses templos a cheirar a mofo... onde se escondem os deuses empoeirados
Desses não precisamos...queremos deuses puros...
Que brinquem connosco ...que riam connosco...
Que sejam realmente irreais e tocáveis...que possam ser bebidos com prazer
Quisera eu ter um desses ternos e celestiais momentos de verdade
Algo como uma epifania requintada e existencial
Estivesse eu sentado à mesa do espírito
E beberia com avidez do seio das flores o néctar escorrente das almas sãs
Mas não...flutuo pela do margem do rio como uma flor aquática...
Sou levado pela corrente....perdi a minha raiz..agarrei-me ao meu caule....
Mas...tive o meu prémio...
Icei a minha vela...e agora navego em liberdade!