E eu recebo em voz alta o teu segredo
Desfolho as horas que entardecem calmamente
Pairo como uma ave vaga sobre os prazeres sonhados
Recordando sentimentos como essências sem presente
Que voltam a mim nessas horas tão diferentes...
E que são como nostalgias a ranger os dentes
Fatigados!
Horas de silêncio esmorecido...infinito...derradeiro...
Horas de brisas...beijadas pelas sombras da tristeza
Onde a esperança geme com a certeza...
de que de nós nos escondemos...fingimos...
Desinteressados!
Encantos perpassam sobre as nuvens
Declina o sol nos teus cabelos maravilhados
Os últimos raios são hinos...são futuros ilusórios...são pecados...
E a tua carne murmura sobre as flores
Que as ovelhas seguem os pastores...
Como te seguem os meus olhos...
Deslumbrados!
Mas a noite cai ...feiticeira...na estranheza calma da verdade
E eu recebo em voz alta o teu segredo
Renuncio à verdade da tua carne...escondo o medo...
Atinjo a melancolia da realidade...e tu és a minha fogueira...o meu degredo...
A fé desfeita da vontade...onde escurecem os meus olhos...
Desmaiados!