Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Pergunto à noite pela cor ...das pétalas finas das papoilas

Fecho novamente a minha porta ao mundo
Recolho-me às palavras que são a minha testemunha dos dias arrastados
Por isso matizo as minhas horas com a beleza fulminante dos saturados
E pergunto aos encantos pela essência dos dias mortos
E pergunto à noite pela  cor... das pétalas finas das papoilas
E pergunto às coisas por que passei se me viram acordado
Ou se me viram arrastado...
Como uma sepultura rósea num jardim desencantado...

Alguns esperam apenas o absoluto céu estrelado

Dormem os sentimentos no aconchego dos medos
Dormem enroscados no profundo mistério da alma
Dormem vigiados pelo tempo escorrido no presságio dos dias
Como areia num retrato mágico...fingido e sereno...
Como uma ancestral noite branca... que espera o seu estio
Não há cansaço nem tempestade
Não há segredos nem tormentos
Nem presságios ancorados na magia dos olhos
Alguns esperam apenas o absoluto céu estrelado
Para se abrirem sobre os parapeitos do silêncio
Outros...intocáveis...permanecem absolutos como sinas mágicas
Ou como palavras entreabertas aos corações imóveis...parados...caídos...
Enquanto as árvores cansadas pelas manhãs cinzentas
Escrevem com tinta negra...sobre um deserto de jade...
Que a nossa alma vive ancorada...numa angústia com asas de lua...

Uma delicada flor exposta ao vento....

Deixa que o teu beijo crie rugas na minha face
Deixa que o teu beijo envelheça na sombra dos meus olhos
Deixa que o meu olhar reme contra a tua corrente...
Que sem saber de onde vem...trauteia uma ária longínqua que me contamina
Deixa-me empurrar a paixão com a minha voz húmida e presa...à tua sombra
Deixa-me assobiar aquela música que reclama a eternidade...
Da nossa alma renascida...como um desejo...
E se o teu olhar crescer sobre um beijo...
E se o teu corpo se enroscar num sorriso...
E se a tua alma cair murmurante de desejo...
Então...é porque no céu a orquestra divina rejubila
É porque o leite deu flor sobre a vida
É porque o espaço grita sobre a eternidade
Que a poesia não morre...que eu não morro...
E que nós fizemos dos nossos dias..
Uma festa com relâmpagos e trovões...
Que triunfaram sobre a penumbra densa...
De uma delicada flor exposta ao vento....

Deixa falar o silêncio...

Não digas nada...deixa falar o silêncio...
Deixa que a distância seja o cruel fogo que queima o coração
E que a mudez seja essa distância que flameja pelo espaço
Como uma máscara desesperada....clara e sem forma
Anunciando esperanças vãs...
Gritadas pelo fogo negro que se liberta da minha carne em chamas...