Numa manhã de Maio resplandecente ...
Guardo nas palavras o teu rosto iluminado pelas horas que enchem a superfície dos dias
Fixo em mim a fronteira que rasgará o teu rochedo em febris convulsões
Porque vago é o firmamento que ruge lento sobre a sombra da tua carne branca
Vaga é a névoa sublime..que vence a Luz...que rasga o sol...
Que me mostra o perfil de um espectro...que aparece pálido...
E cuja face não tem figura ...mas que me mostra o meu rosto sem fronteiras
Inacabado perante o espelho trabalhado pela febre biselada da existência
Que nomes se criam para as obras cuja luz incendeia a eternidade?
Que febris corpos se acendem nas misteriosas somas da horas?
Que verdades nos atravessam os lábios...que cismam com versos silenciosos
Que somas nos faltam para alcançar o número perfeito do amor?
Assim é a tua beleza contemplada …pela falta de palavras para a expressar...
Assim fossem os meus dedos inúteis para atravessar a verdade
E jamais a água contemplaria um nascer de dentro de ti tão perfeito
Que nem o rugir do teu nome pelas estátuas dos Arcanjos
Inflamariam mais as minhas trevas...e que um pequeno pouco de ti...
Transformasse a minha respiração sôfrega...
Numa manhã de Maio resplandecente ...