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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Inconstantes serão as claridades …

O futuro furará os dias até ao fim dos tempos
E as estrelas serão apenas olhares lacrimosos e pesados...
Oscilando numa espécie de loucura que dispensa os sons
Todas as brisas se erguerão numa voz...embutida numa amálgama de poeira
Que se misturará com o canto das aves e com os guinchos aflitos das folhas verdes
Porque deixaremos de ter nome para as coisas
Porque a nossa face descorada...entoando coros junto de anjos vermelhos...
Descobrirá suspiros no fundo dos lagos...
E o enorme céu ficará cheio de penosas dúvidas
E transparentes serão os corpos e as impaciências
E inconstantes serão as claridades …
E das penumbras que envolverão o nosso corpo...
Sairá o dia como se fosse um fino cabelo preso numa imensa súplica
Nenhum astro celeste abandonará as suas raízes encolhidas sob um manto de segredos
Nenhum som perturbará os rostos fundidos em choros arrancados às horas
Tudo terá o seu sentido...porque tudo perderá o seu sentido...
Então..rasgaremos os instantes como se fossem asas transparentes
Que usaremos como grandes copas de árvores...
A enfeitar os campos onde os pardais debicam milagres...
Que leremos como se fossem páginas em branco
Ou ilógicos ventos cansados de contar dias...
E que se misturam em nós como se nos fundíssemos numa seiva pontilhada de estrelas
Mas que guardaremos como uma respiração quase suspensa...
Que no fim só nós entenderemos...juntos...suspirando profundamente ao luar....

Nada na natureza é mais perfeito que tu....mulher...

Nos dias em que filamentos de sombras nos escurecem as emoções
Nos dias em que nos despimos da nossa existência...
Contemplando a cegueira das coisas ínfimas...


como se fôssemos um mistério inacabado
Ou apenas propostas nuas de esperanças maiores que nós
Quando tentamos dizer que as sombras são inúteis..
E os dias são migalhas imperfeitas de recomeços incompletos
Ou inúteis emanações que o nosso instinto teima em aceitar
Quando achamos que merecemos que uma lágrima escorra de outro rosto...
Desse outro rosto que não vemos ...como se fosse uma razão desconhecida
Ou uma generosidade carregada de calvários...
Ou uma quantidade límpida e pura condensada nos olhos ternamente fechados
Que num êxtase avassalador atravessa o firmamento...e que jura perante o sol...
Que nunca...mas nunca...se apagará perante o Inverno...
E permanecerá como o momento em que a mágoa...
Se transforma numa música alada...que se espalha pelo Universo...
Anunciando o profundo recomeço de todas as coisas...
Infinitamente perfeitas...como um amor esvaído de razões...
Que não precisa de razões...para amar....
Como se fosse uma simples memória do principio do mundo...
Ou fosse o principio de todas as coisas...
Porque nada na natureza é mais perfeito que tu....mulher...