Metade de mim é uma distracção...
Abalos saídos de um vómito de horror
Enroscam-se em instantes convulsivos e tingidos de vermelho
Farrapos pendem de candeeiros surpreendentes que o nojo atira para a sarjeta
Metade dos meus lábios estão frios...
Metade do meu peito atónico dorme profundamente...
Metade de mim é uma distracção...uma incoerência convulsiva...
Uma não forma suspensa num arrepio de luzes ferrosas
Flutuo sobre brilhos vomitados pelos meus olhos ...estremeço sinistramente...
Sou um poço inflamado...uma abóbada de vapor...uma imagem diabólica....
Sufoco cada instante na água gelada...sei que milhares de lugares me esperam...
Com raiva...expiro trovões sem nome sobre noites titubeantes...
E adormeço num palácio feito de ferros retorcidos
Depois...estendo as minhas mãos...quero agarrar os crimes mais pesados...
Atá-los em redor do meu corpo....buscar as suas causas...
Porque sou o expiador louco que raptou as sombras...
Que as arrastou até ao caos...que as levou pelas pedras soltas...
Como se fossem odores de brincar...ou olhares distraídos...
A seguir descansei...sentado sobre o nojo...como se fosse um diabo gelado...
Olhando as tuas entranhas...extraindo-te o coração....
Comendo-te a alma...enquanto os meus olhos rolavam nas órbitas....
Vestidos de uma incurável paz celestial....