Um gato olhou para mim como se fosse meu irmão...
Pelas ruas os candeeiros principiavam a acender as fachadas das casas
Os homens tornavam-se raros debaixo das copas da árvores
E as pálidas estrelas acendiam as suas cores num jogo solitário de luzes
E o sol esvaziou-se numa excessiva luz vermelha ...insensível...
Eu principiava a dividir-me em pedaços...como uma carne branca cheia de raízes
Um gato olhou para mim como se fosse meu irmão...
E em volta... a paisagem desfez-se numa voz melodiosa...
Que me chamava para entrar na água pura...que escorria das luzes
E que debaixo desse raro céu inteiro... tremeluziam como um sangue fatigado
Obscenamente fatigado pelo reflexo dos homens que cruzavam o espaço entre as luzes
Com a naturalidade das vidas arruinadas...