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folhasdeluar

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Viveremos sempre no êxtase do grito recusado

Vejo o teu corpo encharcado de volúpia
Vejo o espanto que se ergue...como uma voz
E vejo as coisas sem forma soerguerem-se nas suas asas
Não há tristeza nos corpos que se roçam
Não há mitos que façam milagres...nem há pão nos beijos Divinos...
Podemos acenar aos pensamentos..às flores..à lama...
Podemos colher o fogo...como um trigo imenso...
Podemos ser tiranos empunhando archotes
Ou ventos erguendo as almas da sombra...
Mas viveremos sempre no êxtase do grito recusado

Rodeados pelo círculo mágico dos desejos trémulos

Ouço esta música que me causa arrepios...e sento-me como um lótus... no vazio...
Incoerente o meu olhar rodopia pelas paredes
A minha alma emite sons aflitivos...como um vento nordeste
Enquanto eu esfarrapo as mãos...e bebo a água salgada dos meus olhos...
Jorra lentamente...como uma luz... o auge impuro das memórias
Como se as recordações fossem a sujidade dos dias
Ou impurezas que um fantasma imolado teima em lavar
Horas clarividentes...lugares abreviados....
Extensões sepultadas de claridades esquecidas
Sentimentos perdidos em lugares desagregados pelas sombras
Cavernas fixas como pensamentos soprados no tempo
Onde os grandes olhos da saudade imploram por uma fé...que arde no turíbulo...
Como se fosse uma vítima imolada à vertigem piedosa de uma paixão carnal
Sepulto agora em mim esses dias...como se fossem um sopro desconhecido
Ou uma vertigem desse tempo em que fomos concêntricos
Desse tempo em que como tintas luminosas...
Nos estendíamos pudicamente nus sob um sol solúvel
E em que ….rodeados pelo círculo mágico dos desejos trémulos
Nos esfumávamos pela claridade do deslumbramento...
De um tempo em que só éramos nós....

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