Um longo silêncio fechado ao mundo …
Vestias seios duros que bebiam nas minhas mãos mornas..todos os cânticos do dia
Enquanto preguiçávamos sobre as nossas línguas...longas como céus...
E rolávamos na crista das ondas ...morenos como ares encantados...
Era nosso o triunfo do dia...e todo o suor que nadava nos corpos ensopados... era nosso
Sentíamos na boca o sal saído da noite esvoaçante...
Como se fosse uma renda de bilros...tecida com fios de espuma....
Era bom nadar...beber a água morna da noite...
E depois...estilhaçar na areia...com um enorme grito... profundo...todos ao ardores
Lembro-me daquela noite em que fomos corpos que escorregaram...
De uma paixão nascida numa pequena onda...
Para um longo silêncio fechado ao mundo …