Há sempre sementeiras de dúvidas...
Incompletas palavras me chamam na aragem espessa de manhã
Chegam-me em sussurros de braços inclinados...
Como luzes que se separam...Correndo em todas as direcções...
Ocupando todas as trevas...
Poisando em todas as superfícies as suas faces de hálitos quentes e aconchegantes
Solitárias procuram no abismo...o perdão...a redenção...
Como se cumprissem uma pena feita de esperança...
São estas aragens ...esquivas fagulhas lançadas por um coração desgastado...
São como uma transpiração de passos culpados...de ramos quebrados...
E esperam que um fragmento de terra rude... lhes dê a sombra da montanha abrupta...
Que se projecta no vale sagrado da paixão...
E que sacia a sede...como água de uma fonte esquiva...que se bebe na palma da mão
Pois que venham ordens...que se destruam paredes...
Que se calem os buracos por onde se escoa o silêncio...
Há sempre passos que aos pés cansados.. se tornam impossíveis
Há sempre sementeiras de dúvidas...
Mas a tempestade do reencontro...será como uma imensa boca aberta num sonho...
Que fará escurecer a luz num despropósito de corpos aguados...
Como se fossem duas imensas fadigas...
Juntas num profundo suspiro de searas saciadas...