Que só se desprende com um profundo grito de amor!
Falemos do tempo em que a chuva empossava sob os nossos pés
Contemos os nossos segredos sentados frente a uma fogueira onde ardem as palavras
Porque a felicidade maior é a renuncia ao silêncio que crepita no escuro
Porque a felicidade maior é contemplar todas as alegrias
Que aos nossos olhos se acendem...
Como uma esperança que as indulgentes árvores distinguem na secura
E que canta em voz alta...
Como se pedisse uma calamidade de ternura...ou uma mão aberta...
Vamos renunciar à desilusão...vamos abraçar os segredos desencantados..encantá-los
Vamos juntar o que resta de nós...num derradeiro retorno...brindemos ao recomeço
Desvendemos todas as belezas que vivem atrás do céu nublado...
Tomemos todos os bálsamos que acompanham a frescura das tardes
Estendamo-nos elegantemente sob a folhagem resistente dos carvalhos
Como duas almas recolhidas...na sombra de uma fraga feita de luz...
Que nos indulta e nos junta num abraço...como se fosse um poderoso nó apertado
Que só se desprende com um profundo grito de amor!