Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Lembro-me de ver um corpo adormecido...

Vejo-me junto ao esquecimento que guardo cuidadosamente numa arca
Lembro-me de ver um corpo adormecido...distante...
Semelhante a um mundo onde não quero entrar... um mundo desocupado...
Onde possa de alguma uma maneira mitigar uma fome insípida...obstinada...
Sou hoje um estranho encolher de ombros...perante um palácio que não habito.
Vejo-me junto às horas a guiar desgostos...vitimados por almas viscosas...
Como distantes portas de quartos onde se guardam brinquedos
Ou paraísos condenados ao martírio final...feitos de beijos abraços...
Paraísos de onde todas as coisas são feitas de sonâmbulos dias
E a fome de amor se perde numa rua escura feita de um céu fechado
Um céu onde delirantes ninfas se abandonam vestidas de penas
E as mãos puxam os vestidos que destapam os ombros...celestiais...
Penso em tornar-me sério...fazer um voto que me subverta...e onde me perca...
Um voto onde não me reconheça...onde seja o próprio esquecimento...
Um voto irreal como o voo da águia...sempre em crescendo...até às alturas sombrias...
Onde depois os anjos me chamem irmão e me abram os braços...e me recolham...
Reconhecendo em mim o condenado...o esquecido...
Que não quer ser lembrado!