Como se sentisse um frémito de amor ao entardecer!
Quem é esse homem que apenas procura uma certeza
Uma certeza fechada no dia que se esconde como uma esperança implacável
Que fuga pode escolher...que possibilidade tem de se soltar...
Que rituais terá que cumprir...para que sejam suas todas as madrugadas
Para que os dias não sejam apenas a execução da sua pena capital
Para que o seu coração se encha de uma ondulante felicidade
Que bebe uma luz impaciente...um céu colorido...um som de ténue harmonia...
E que as suas noites não sejam envenenadas pela luz solitária...
Porque um dia cessarão todas as corridas...todos os ruídos...
E todos os dias serão novos dias...e todas as janelas serão a sua janela...
E a ele nunca chegará o dia de todas as agonias...
Porque a sua respiração saberá a mar...
E porque o fogo de milhares de anos estará consigo..
Assistirá consigo ao deslumbre da luz
Tão completamente real...como se tivesse a vista encostada ao céu...
E o sangue corresse pacientemente pelas suas raízes...
Inundando-o como uma onda colorida que lhe faz tremer as coxas...
E lhe exacerba o olhar...como se sentisse um frémito de amor ao entardecer!