Imagens incertas....
Nada sei do nascer de uma fonte de água trémula
De onde escorrem vozes melodiosas...
Vozes tão naturais como lágrimas viradas para o céu...
Há tantas incertezas na terra vermelha...barrenta...
Como ideias que latejam nas nuvens brancas onde se aninha o azul inteiro...
Uma paisagem nasce sobre as raízes douradas pela chuva...
Que uns olhos vermelhos contemplam de barriga para ar...
As promessas acendem segredos que empalidecem as estrelas
E a cabeça sente o corpo latejar de tanto nascer para a luz nocturna
Nada muda se a nossa voz cantar o fogo e se o nascer da luz
Transformar as ruas em noites iluminadas....
O sangue branco das ervas entorna-se como lágrimas partidas
Que se dividem em máscaras feitas de ruas onde os passeios inventam pessoas...
Em todas as passagens latejam estrelas... em todos os nasceres há orquídeas vermelhas
Em todos as areias o sol esmaga as lágrimas fogosas...
Em todas as noites a vida encontra um estilhaço imóvel sobre um rosto aflito...
Empalidece a noite debaixo do meu rosto
Bruscamente o ar ofega nas ruas que caem sob uma chuva embriagada
E o mar refresca a desgraça cobrindo-a com um véu de névoa fluorescente...